As federações esportivas de todo o mundo admitem que a crise no Brasil obrigou a serem realizadas modificações nos planos para os Jogos Olímpicos do Rio. Apesar disso, todas elas se dizem confiantes de que o evento ocorrerá com sucesso.

“Sei que pessoas tem trabalhado sem descanso nessas últimas semanas para resolver os problemas remanescentes na preparação dos Jogos”, declarou Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Olímpicas e que representa as 28 modalidades presentes na competição.

“A desafiadora situação econômica, social e política atual no Brasil tem significado que muitos planos tiveram de ser adaptados”, declarou. Mas ele também elogiou os organizadores locais. “Temos visto esforços incríveis para que tudo esteja pronto dentro do prazo”, disse.

Nos últimos meses, Ricci Bitti passou uma série de exigências ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e aos organizadores brasileiros, alertando para o descontentamento de federações. Em uma reunião ainda em maio, ele deixou claro que os problemas no Rio eram importantes e que mesmo Thomas Bach, o presidente do COI, estava “preocupado”.

Sua entidade, porém, fechou um entendimento de que abriria mão de diversas exigências para mostrar “solidariedade” com o Rio de Janeiro e diante da crise vivida. Mas o acordo era de que os atletas seriam preservados e que o corte nos serviços não afetaria a qualidade da recepção aos esportistas.

Item por item, os organizadores brasileiros, o COI e Ricci Bitti passaram a negociar soluções. Um dos pontos importantes era justamente a Vila dos Atletas, alvo de polêmica nos últimos dias.

Nos bastidores, as federações ainda foram aconselhadas a não exigir do Rio-2016 o mesmo nível de qualidade de algumas das obras que existiam em Londres, em 2012. Mas houve um entendimento de que, para não afetar a imagem dos Jogos, não se poderia pedir um resgate de dinheiro público em plena recessão brasileira.