ROMA, 22 JUN (ANSA) – O Conselho de Ministros da Itália decretou nesta quinta-feira (22) estado de emergência nas províncias de Parma e Piacenza por conta dos problemas com a falta d’água. O governo ainda destinou 8,6 milhões de euros para as duas áreas para assegurar o fornecimento de água potável à população e para potencializar a captação com obras emergenciais.   

A crise hídrica na região ocorreu por conta de um longo período de seca, iniciado no outono do ano passado, pela intensificação das altas temperaturas neste verão e pelo relevante fluxo de turistas que foi a Parma e a Piacenza neste período, aumentando o consumo de água.   

Além disso, o governo convocou uma reunião com entidades que representam os trabalhadores do setor agrícola e pecuário para tentar encontrar formas de economizar água.   

Apesar do decreto de emergência valer apenas para as duas províncias, outras regiões italianas estão em alerta por conta do problema. Em Piemonte, o nível do rio Po – o mais importante da localidade – está com 65% menos água do que a média histórica para o período.   

Já em Roma, a prefeita Virginia Raggi pediu para os moradores limitarem o uso “supérfluo” do líquido até setembro e evitarem “desperdiçar” água para regar hortas e jardins, encher piscinas e lavar carros. A Prefeitura irá enviar agentes por toda a cidade para monitorar e alertar os moradores que exagerarem no consumo.   

A medida na capital italiana não é válida para a água para consumo e higiene pessoal bem como para os serviços públicos de higiene urbana.   

Na Sardenha, o governo local decretou estado de emergência para calamidade natural; no Vêneto, o governador Luca Zaia decretou “estado de crise hídrica” e pediu para os agentes públicos usarem todas as medidas necessárias para combater o problema; a situação é a mesma em Friuli-Veneza Giulia, onde choveu entre 50% e 70% menos do que o esperado nos últimos oito meses.   

– Danos na agricultura: A seca prolongada já causou danos de quase 1 bilhão de euros em Parma e Piacenza, informou a Associação Nacional dos Cultivadores Diretos da Itália (Coldiretti).   

As duas províncias são responsáveis por cerca de 25% de todo o molho de tomate “Made in Italy”, mas os danos na bacia do Rio Po também afetaram 35% da agricultura nacional.   

Segundo a associação, o estresse provocado pelas altas temperaturas nas vacas que ficam em estábulos também reduziu em cerca de 20% a produção de leite no período. (ANSA)