A nota enviada anteriormente contém uma incorreção no segundo parágrafo na transcrição da fala do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A primeira frase fica correta assim: “O mercado já precificava uma reforma que seria cerca de 30% do benefício a menos, o que significa uma reforma com 70% do original”, e não como foi publicada anteriormente. Segue texto completo corrigido.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta terça-feira, 18, que a perda com as mudanças que estão sendo feitas pelo Congresso Nacional no texto original da reforma da Previdência deve ser maior do que a prevista inicialmente pelo governo. Em entrevista após café da manhã no Palácio da Alvorada com parlamentares e o presidente Michel Temer para discutir o tema, ele disse esperar que as alterações reduzam entre 20% e 30% a economia esperada com a reforma previdenciária. No início de abril, o ministro tinha previsto que essa redução seria menor, de 15% a 20%.

“O mercado já precificava uma reforma que seria cerca de 30% do benefício a menos, o que significa uma reforma com 70% do original. No entanto, acreditamos que será mais, bem mais do que 70%, principalmente no período inicial de dez anos, teremos algo que se aproxime mais de 80%”, afirmou Meirelles na entrevista desta terça-feira. “Como eu disse, esperamos que a proposta (aprovada pelos parlamentares) signifique algo que seja próximo de 80% da reforma original, o que significa algo, dependendo do prazo, que varia entre 70% e 80% da reforma original”, acrescentou o ministro em seguida.

Meirelles afirmou que o texto final da reforma ainda não está fechado e que algumas negociações ainda estão em andamento para “viabilizar a aprovação” da reforma. De acordo com o ministro, todas as mudanças que estão sendo negociadas pelo relator da matéria na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já estão “precificadas” pelo mercado.

O ministro declarou que todas as alterações estão “dentro dos parâmetros” definidos pelo governo para garantir que o equilíbrio fiscal do País seja restabelecido. “As negociações com o Legislativo fazem parte do processo em todo país do mundo”, disse.

Reforçando que o texto final ainda não estava fechado, o ministro da Fazenda confirmou que o relator deve fixar a idade mínima para mulheres em “algo ao redor de 62 anos”. De acordo com ele, mudanças em relação à aposentadoria de trabalhadores rurais ainda estão sendo discutidas. “Em resumo: o relatório ainda não está fechado”.

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Meirelles disse que, apesar de a leitura do parecer na comissão especial ter sido adiada em um dia, para esta quarta-feira, 19, o cronograma de votação “está mantido”. A previsão é de que o relatório seja votado no colegiado entre 26 e 27 de abril.

O ministro afirmou ainda que espera que o Senado não altere o texto da reforma que for aprovado pelos deputados. Ele ressaltou que é prerrogativa do Senado alterar o texto, mas que a expectativa do governo é de que as negociações que estão sendo feitas na Câmara atendam aos “interesses gerais”, inclusive dos senadores. “Portanto, nossa expectativa é de que o Senado não altere o texto”, afirmou.

Nesta terça-feira, o relator da reforma deve se encontrar com senadores para apresentar e debater o relatório da matéria.


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