O juiz do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, falecido em um acidente aéreo, será enterrado neste sábado em Porto Alegre, na presença do presidente Michel Temer, que deve designar o sucessor deste magistrado que tinha em suas mãos o destino de dezenas de políticos brasileiros acusados de corrupção.

Perguntado sobre “o substituto do ministro Teori”, Temer respondeu:”Só depois que houver a indicação do relator (da operação Lava Jato).

Com essa decisão, evita-se que o substituto de Zavascki seja o responsável por decidir sobre a homologação das delações premiadas dos 77 executivos da construtora Odebrecht, que segundo os primeiros vazamentos podem respingar em Temer e em seus principais aliados.

A decisão converge com o que foi aconselhado por analistas, que recomendaram ao presidente evitar qualquer suspeita de interferência nas investigações.

Em uma declaração pública na sede do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, onde acontece a cerimônia, Temer definiu Zavascki como “um homem de bem”, afirmando que o Brasil precisa cada vez mais de homens com a sua competência “moral e profissional”.

Zavascki, de 68 anos, morreu na quinta-feira, após a queda do avião em que viajava com outras quatro pessoas, em Paraty, no litoral do estado de Rio de Janeiro.

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Desde a sua morte, tem sido pedida uma investigação transparente sobre as causas da queda da aeronave, que segundo testemunhas soltava fumaça antes de cair.

Segundo a perícia, Zavascki morreu pelos múltiplos traumatismos causados pelo impacto da queda.

As autoridades informaram que foi recuperada a caixa preta do avião bimotor Beechcraft C90GT King Air.

– Moro vai à cerimônia privada –

O juiz de primeira instância Sérgio Moro, que virou símbolo da Operação Lava Jato após decretar penas de prisão a empresários e políticos compareceu neste sábado à cerimônia privada.

“Vim prestar homenagem ao ministro Teori Zavascki, já me manifestei publicamente a respeito. Acredito que, pela qualidade, relevância e importância pelos serviços que ele prestava, e a situação difícil desses processos, pela importância desses processos, ele foi um verdadeiro herói. Há uma grande desolação da magistratura, todos que o conheciam, especialmente aqui da quarta região, onde ele fez carreira profissional”, disse Moro.


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