A Coreia do Norte confirmou nesta segunda-feira, o lançamento “bem-sucedido” de um míssil balístico de médio alcance, informou a imprensa estatal de Pyongyang, acrescentando que o armamento agora está pronto para ser utilizado.

O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, supervisionou o lançamento, relatou a agência oficial KCNA, segundo a qual Kim “aprovou a mobilização desse sistema de armamento para a ação”.

De acordo com a KCNA, o míssil é do tipo Pukguksong-2, que usa combustível sólido, o que encurta consideravelmente o tempo de abastecimento em comparação aos mísseis alimentados com combustível líquido.

“Agora que os dados técnicos e táticos cumprem as exigências do Partido, esse tipo de míssil deve ser produzido rapidamente em série para armar as forças estratégicas” do Exército, declarou Kim, citado pela agência estatal.

A KCNA informou que o teste aponta para “uma verificação final de todos os registros técnicos do sistema de armamento, para examinar a fundo sua adaptabilidade a diversas condições de batalha, antes de sua mobilização nas unidades militares para a ação”.

Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão denunciaram com veemência o teste e o Conselho de Segurança da ONU celebrará uma reunião de emergência na terça-feira.

De acordo com o Comando do Pacífico dos Estados Unidos, o lançamento da Coreia do Norte envolveu um míssil de médio alcance.

O míssil, disparado da localidade norte-coreana de Pukchang, percorreu 500 quilômetros antes de cair no Mar do Japão, segundo os exércitos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

Este foi o segundo teste de míssil em uma semana e o 10º em 2016.

O teste anterior, de 14 de maio, representou, segundo analistas, o lançamento de maior alcance até hoje da Coreia do Norte.

De acordo com os especialistas, este míssil Hwasong-12 teria alcance sem precedentes de 4.500 km e poderia, em tese, atingir as bases americanas da ilha de Guam, no Oceano Pacífico.

A Coreia do Norte poderia utilizar o Hwasong como base para desenvolver um míssil balístico intercontinental (ICBM) com potência nuclear, suscetível de alcançar o território continental dos Estados Unidos.

É pouco provável que o lançamento do Pukguksong-2 seja o último, adverte Kim Dong-Yub, especialista em mísseis do Instituto de Estudos do Leste da Ásia na Universidade Kyungnam.

“Tudo isto levará, em última instância, ao desenvolvimento de um ICBM de combustível sólido”.

Os lançamentos e a ameaça latente de um sexto teste nuclear aumentaram a tensão com o governo do presidente americano Donald Trump, que prometeu que a aspiração de Pyongyang não será concretizada.