No vagão-restaurante do trem que o levaria pela última vez até a fazenda dos avós, no interior de Indiana, James Dean chora ao relembrar a morte da mãe. A vulnerabilidade do ator que em pouco tempo se tornaria um dos maiores mitos da história do cinema fica exposta para seu companheiro de viagem, o fotógrafo Dennis Stock. A relação de amizade e confiança entre os dois conduz o filme “Life – Um Retrato de James Dean”, de Anton Corbijn, que estreou no Brasil na quinta-feria 21. Stock buscava um ensaio autoral para se firmar como fotógrafo quando apostou tudo no ator ainda desconhecido, e que para ele era o símbolo de um novo movimento. Aos 24 anos, Dean parecia hesitante entre seguir a agenda de Hollywood para a fama ou quebrar as regras e impor sua personalidade. Tímido, avesso a entrevistas e pouco à vontade no tapete vermelho, ele sequer compareceu à estreia de “Vidas Amargas”, seu primeiro filme como protagonista. Em uma vida tão intensa quanto curta, o ator, que as câmeras adoravam, morreu em um acidente de carro, em 1955. Dennis Stock viveu até os 81 anos e foi um dos grandes nomes da agência Magnum.

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3 filmes que fizeram história

Vidas Amargas (1955)
A disputa de dois irmãos pelo afeto do pai em uma releitura da história de Caim e Abel

Juventude Transviada (1955)
O problemático e desordeiro Jim Clark enfrenta o líder de uma gangue em Los Angeles

Assim Caminha a Humanidade (1956)
Retrato épico da intolerância racial no Texas durante a descoberta do petróleo

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