VENEZA, 20 FEV (ANSA) – Por Ida Bini. De Veneza a Puntignano e de Viareggio a Ivrea, o carnaval é a festa mais espetacular, cheia de folia e de animação e a mais libertadora do ano na Itália. O evento, divertido e cheio de brincadeiras, une desfiles, procissões, paradas com máscaras, passeios medievais, encenações históricas, espetáculos e bailes à fantasia em todo o país.Das grandes cidades aos pequenos centros, das montanhas ao mar, artistas criam carros alegóricos e preparam roubas típicas de época e máscaras, dando espaço à própria fantasia. Até o dia 28 de fevereiro, e em alguns casos até 12 de março, a diversão está garantida no país para quem se esconde por detrás de uma máscara para esquecer os problemas ou para quem não desperdiça tempo e aproveita para comer todos os doces e as frituras antes do jejum de Quaresma.Veneza – O carnaval mais famoso da Itália é o de Veneza, célebre em todo mundo pela variedade e beleza das vestes e das máscaras e pelos eventos “mundanos” que são organizados.Como todos os anos, a cidade abre suas ruas e canais a uma onda de turistas que esperam ansiosamente pelo famoso Voo do Anjo, que de certa forma inaugura a festa. O tema deste ano é “Creatum – Vanity af-Fair”, que relaciona o homem, os pecados capitais, a vaidade e a vontade de aparecer dos turistas e italianos.Fano – Já o carnaval mais antigo do país é o da cidade de Fano, na região das Marcas, que nasceu em 1347 para celebrar a reconciliação entre as famílias Cassero e Carignano, a primeira pertencente à facção guelfa e a segunda à gibelina, inimigas a partir do século 12. Na cidade, a festa é caracterizada, entre outras coisas, pela distribuição de balas e de outros doces de carros que passeiam pelas ruas cheias do município.O tema deste ano é “Creatività Made in Italy” (“Criatividade Made in Italy”) que, em três semanas, tratará de três grandes temas: o do teatro, com homenagens ao italiano Dario Fo, o do esporte, com torneios de máscaras, e o da arte, com mostras e concertos. Putignano – A festa de carnaval mais longa do país é a de Putignano, que começa oficialmente no dia de Santo Estevão, no dia 26 de dezembro, com uma procissão, e que termina na quarta-feira de cinzas como a realização de uma fogueira onde é queimado o fantoche do Rei da festa e realizado, assim, o funeral do carnaval.A grande festa propõe um divertido e simbólico renascimento dos papeis sociais e sedia vários eventos, como os quatro maravilhosos desfiles de carros alegóricos, fruto de trabalho de mais de 800 artesãos que criam projetos de quase 20 metros de altura. Além disso, dezenas de outros eventos paralelos ligados à música e ao teatro também acontecem nos edifícios culturais e nas praças da cidade.Sauris – Já o Carnaval mais curto é o de Saurus, na região do Friuli-Veneza Giulia, onde neste ano, se comemora o desfile de máscaras das crianças no dia 24 de fevereiro e o cortejo do Röllar, uma figura mística demoníaca, e do Kheirar, o rei das máscaras e personagem que dirige o carnaval, no dia 25.Viareggio – O carnaval mais satírico da Itália é o de Viareggio, na região da Toscana, com o seu histórico desfile de carros alegóricos que, até 5 de março, andarão pelas ruas da cidade transportando as caricaturas dos personagens mais famosos do mundo da política e da cultura. O espetáculo dos fogos de artifício do último dia da festa também é imperdível.Acireale – A festa de carnaval mais perfumada da Itália é a de Acireale, na província da Catânia, com carros que transportam majestosas construções realizadas com milhares de flores, enquanto as cores e os perfumes invadem as praças e ruas de arquitetura barroca da cidade siciliana.Além disso, outros carros alegóricos trazem figuras iluminadas com lâmpadas coloridas e que têm movimentos mecânicos e hidráulicos.   

Tudo isso é acompanhado pelos tradicionais fogos de artifício e pela premiação dos carros mais bonitos no último dia do carnaval, que acontece na “terça-feira gorda”.Tricarico – O único carnaval da Itália no qual os protagonistas são os animais é na cidade de Tricarico, na província de Matera, na Basilicata, onde no dia 26 de fevereiro homens e mulheres com máscaras de touros e vacas desfilam pelas ruas da cidadezinha, imitando o modo de andar dos animais e tocando a campainha das casas para pedir comida.Ivrea – Já o único carnaval voltada às frutas da Itália é o de Ivrea, na província de Turim, no qual o verdadeiro protagonista são as laranjas maduras e suculentas que substituem os confetes. A festa, que é considerada uma “manifestação italiana de relevância internacional”, é famosa pela guerra das laranjas, que representa a histórica luta do povo do município contra os seus barões, que atualmente são atingidos de seus carros alegóricos pelas frutas.O carnaval é repleto de outras cerimônias longas e complexas e de vários eventos paralelos e termina no bairro de Borghetto na quarta-feira de cinzas com a distribuição de polenta e bacalhau. Cento – Já o carnaval italiano que mais se aproxima com os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo é o de Cento, na província de Ferrara. Na praça Guercino, até o dia 12 de março desfilam vários carros alegóricos acompanhados de pessoas fantasiadas, dançarinos e percussionistas. No fim da festa, é declarado o carro vencedor.Milão – E a única festa do gênero na Itália que tem início quando as outras já tiveram fim é a de Milão. Neste ano, por exemplo, o famoso Carnaval Ambrosiano será comemorado de 28 de fevereiro a 4 de março com a máscara de Meneghino, tradição da capital da Lombardia e que representa um servo que brinca e ironiza os defeitos dos nobres. Na cidade, são previstos bailes, desfiles, concertos e espetáculos, que terminam na praça do Duomo. Segundo a tradição, o atraso das celebrações no município em relação a outros lugares na Itália é devido ao fato de que no século 13 o bispo Ambrogio, que estava fazendo uma peregrinação, chegou em Milão já depois do término do carnaval. A população, então, prolongou as comemorações para depois de sua chegada, atrasando os rituais da quarta-feira de cinzas, que agora acontece no primeiro domingo da Quaresma.   

(ANSA)