A colheita de café no Brasil, o primeiro produtor e exportador mundial, deve aumentar para 44,77 milhões de sacas de 60 kg em 2017 – uma queda de 12,8% com relação a 2016, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na colheita anterior, o Brasil produziu 51,37 milhões de sacas.

Este recuo, antecipado no ano passado, é atribuído ao ciclo vegetativo bienal de pés de café arábica, que só produzem grãos a cada dois anos, enquanto esta variedade representa 80% do café produzido no país.

A colheita de arábica também deve recuar 21,5% este ano, para 34,07 milhões de sacas colhidas, contra 43,38 milhões em 2016.

Em Minas Gerais, principal estado produtor de arábica no país, a Conab prevê um recuo de 21% na produção com relação à de 2016, para 24,04 milhões de sacas contra 30,43 milhões.

“O ciclo bienal vegetativo na maior parte dos estados produtores causa uma produtividade média inferior à da colheita precedente”, destaca a Conab em um comunicado, indicando que a variedade arábica é a mais afetada pelo ciclo, caracterizado pela alternância entre uma colheita abundante e uma colheita pobre.

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Como muitas outras plantas, o pé de café arábica tem um ciclo de cultura distribuído em dois anos: desenvolve os galhos e flores em um ano, que darão grãos no ano seguinte.

A produtividade média prevista pelo arábica deveria, portanto, diminuir 19,1%, para 22,99 sacas por hectare contra 28,43 em 2016.

A produção de café robusta deveria registrar uma alta de 34%, passando de 7,99 milhões de sacas em 2016 para 10,7 milhões de sacas este ano.

No Espírito Santo, o principal estado produtor desta variedade, a produção deve chegar a 5,9 milhões de sacas, uma alta de 17,5%.

Segundo a Conab, este resultado se deve, sobretudo, à retomada da produtividade no Espírito Santo, graças a melhores condições climáticas, ao maior uso de tecnologias e a maiores investimentos nas plantações.

A produtividade média prevista no estado para o café robusta deveria aumentar 29,8%, a 25,13 sacas por hectare contra 19,36 sacas por hectare em 2016.

Três anos consecutivos de secas no Espírito Santo afetaram a produção desta variedade, que caiu para 5,04 milhões de sacas no ano passado.


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