Apesar de ter mostrado um recuo em relação ao documento anterior, principalmente na questão do protecionismo comercial, o comunicado dos 20 países mais ricos do mundo (G-20) mostrou um progresso em relação ao ponto de partida do encontro de ministros e presidentes de bancos centrais em Baden-Baden, na Alemanha.

“O comunicado foi um avanço importante, já que declara que o comércio internacional favorece o crescimento e ele mostra progresso em relação a onde começamos a reunião”, disse Meirelles. “Alguns previam um impasse, o que não aconteceu”, continuou em relação a expectativas de que, por falta de consenso, o tema comércio pudesse ser sumariamente excluído do texto, o que não ocorreu.

Essa avaliação sobre o progresso do texto final durante os dois dias de reuniões foi feita há pouco pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista a jornalistas.

O documento divulgado na tarde de hoje revela que as autoridades financeiras globais não conseguiram chegar a um acordo sobre uma linguagem que condenasse as políticas comerciais protecionistas, sinal de uma ruptura entre o novo governo dos EUA e outros parceiros globais. A declaração diz que os governos estavam “trabalhando para fortalecer a contribuição do comércio para nossas economias”, mas não mencionou a promessa anterior de rejeitar práticas protecionistas.

O ministro observou que, como tomou posse recentemente, o novo governo dos Estados Unidos pode alegar que ainda não possui uma posição elaborada. Para ele, esta é uma “evolução normal”, na medida em que todos os países não pensam o tempo todo a mesma coisa. Ele voltou a dizer que relatou a situação brasileira do passado, quando a economia era mais fechada, e mostrou que as consequências para a economia doméstica não foram positivas com essa postura. “O Brasil já defendeu o protecionismo e hoje é favorável à abertura comercial”, comparou.

Segundo o ministro, a posição do Brasil nessa questão hoje é objetiva, já que se trata de uma experiência, e não apenas de uma teoria. Questionado sobre se houve um embate maior entre as duas maiores potências econômicas do globo (EUA e China), ele salientou que o país asiático tem evoluído mais em direção à abertura de mercado e defesa de abertura comercial, o que pode ser considerado um avanço importante, enquanto os EUA têm enfatizado uma posição para normas comerciais justas, na visão deles.