Alassane Plea, companheiro de Mario Balotelli no ataque do Nice, endossou o discurso do colega e confirmou que ouviu cânticos racistas e imitações de macaco de parte dos torcedores do Bastia na partida entre as duas equipes na última sexta-feira.

“Sim, eu posso confirmar. Nós ouvimos as ofensas durante o aquecimento e durante o jogo também. Imitações de macaco. Ao final do jogo, Balotelli estava muito, muito triste. Eles insultaram durante toda a partida. É terrível ouvir coisas como essas num campo de futebol”, comentou Plea, em entrevista ao programa da televisão francesa Telefoot.

No sábado, Balotelli descreveu as manifestações ouvidas durante o empate por 1 a 1 no Estádio Armand Cesari, que tem capacidade para 20 mil pessoas, na ilha de Córsega. O atacante reclamou que a Liga Francesa não agiu prontamente.

“É normal que os torcedores do Bastia façam barulhos de macaco (e) ‘uh uh’ durante o jogo inteiro e ninguém da comissão disciplinar diga algo? Então o racismo é legal na França? Ou somente em Bastia? Futebol é um esporte incrível, mas essas pessoas como os torcedores do Bastia o tornam horrível”, escreveu Balotelli, 26 anos, filho de imigrantes de Gana.

As imagens da partida mostram claramente torcedores do Bastia, em uma seção do estádio, gritando os cânticos racistas. A filmagem também mostra um homem em pé fazendo barulhos de macaco enquanto Balotelli corria pelo gramado durante o aquecimento.

A Liga Francesa soltou uma declaração no sábado à noite dizendo que verificou as filmagens e abriu uma investigação, que vai começar com a reunião de seu comitê disciplinar na quinta-feira, para coletar mais informações da arbitragem e das duas equipes.

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Ainda no sábado, o Bastia anunciou que não foi avisado dos abusos racistas que aconteceram no estádio e acrescentaram que estão à disposição da Liga Francesa para esclarecer o assunto. “Esse tipo de comportamento, que é estúpido por natureza, é inaceitável”, publicou.

O Bastia já foi punido perdendo dois pontos no Campeonato Francês de 2007/2008 por conta de manifestações racistas dos seus torcedores direcionadas ao atacante Boubacar Kebe, de Burkina Faso, em uma partida da segunda divisão contra o Libourne.


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