Em meio à crise financeira que assola o País, alguns clubes brasileiros conseguem driblar as adversidades e faturam alto com seus uniformes. Três times que mostram bem isso são Flamengo, Palmeiras e Corinthians, que, juntos, arrecadam cerca de R$ 246,5 milhões. O clube recebe R$ 64,5 milhões e pode chegar ao valor projetado no início do ano, de R$ 70 milhões.

O Corinthians anunciou na última quinta-feira um aumento de suas receitas graças ao patrocínio da Alcatel na omoplata da camisa. A empresa, especializada em celulares, pagará R$ 3,5 milhões para exibir a marca até dezembro. Apesar do crescimento, o time ainda vê os rivais Palmeiras e Flamengo bem à frente na disputa, mas espera diminuir a diferença.

A diretoria corintiana recebe, além do valor da Alcatel, mais R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal, como patrocínio master. Além disso, o clube arrecada R$ 1 milhão da escola de inglês Minds, que exibe sua marca na barra das mangas e outros R$ 30 milhões da Nike, como fornecedora de material esportivo. Na soma, a camisa totaliza R$ 64,5 milhões.

O acordo com a Caixa como patrocínio master é válido até abril e os dois lados da negociação estão otimistas, mas projetam finais diferentes. O clube acredita que possa conseguir uma valorização, enquanto a empresa quer diminuir o valor ou, no máximo, manter.

O banco é o patrocinador master do clube desde o fim de 2012. Na última renovação, em abril do ano passado, a Caixa decidiu manter os R$ 30 milhões que pagava anteriormente. Em troca, abriram mão de exibir a marca nas costas, dando autorização para o clube negociar o espaço com outras empresas.

Até fevereiro, o Corinthians recebia R$ 12 milhões da Apollo Sports, que chegou ao clube prometendo utilizar a barra da camisa para conseguir patrocínios pontuais, mas pouco fez. Tanto que deixou o clube após ficar dois meses sem pagar e a situação piorou depois que o nome da empresa foi citada na Operação Lava Jato.

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O acordo, que acabou sendo ruim financeiramente para o Corinthians, foi motivo de muitas reclamações contra o presidente Roberto de Andrade e ajudou na reestruturação do marketing do clube.

Além das marcas nas camisas de jogos, a Estrella Galícia também exibe seu logo nos uniformes de treino e viagem com a marca de sua cerveja sem álcool. O clube projetou no início do ano arrecadar R$ 70 milhões com o uniforme de jogo. Para atingir a meta, o marketing pode recorrer a patrocínios no calção, onde o clube não tem nenhuma propaganda.

RIVALIDADE – Os números atuais corintianos são bons, mas distante de Palmeiras e Flamengo. Os clubes protagonizam uma das maiores rivalidades nacionais do momento e a disputa pelo posto de “camisa mais valiosa do Brasil” também vira motivo de discórdia entre alviverdes e rubro-negros.

Sob a alegação de que existe uma cláusula de confiabilidade, os clubes não divulgam valores do quanto recebem, abre ainda mais brecha para as discussões. O Palmeiras arrecada R$ 92 milhões, sendo R$ 72 milhões da Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM), que são as únicas patrocinadoras da equipe. Tem ainda mais R$ 20 milhões por ano da Adidas, fornecedora de material esportivo.

O Flamengo recebe R$ 96 milhões, sendo R$ 60 milhões de patrocínios e mais R$ 36 da Adidas. No geral, o Palmeiras é quem mais arrecada com patrocinadores. Além do dinheiro vindo dos uniformes, ainda chegam aos cofres mais de R$ 60 milhões através de contratações, premiações e outros recursos. Só Borja custou para a patrocinadora R$ 33 milhões.

Na quarta posição aparece o São Paulo, que tem adotado uma tática parecida com a do Flamengo, que é de fechar com várias empresas. São R$ 35 milhões por temporada. Outros clubes brasileiros também usam a camisa para faturar alto, como Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter e Santos.


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