O Carrefour Brasil estreia nesta quinta-feira, 20, na B3 (nova denominação na Bolsa paulista) com as ações cotadas a R$ 15, valor mínimo da estimativa da varejista francesa, que esperava arrecadar até R$ 19 por papel. No entanto, para a Península, empresa de investimentos da família do empresário Abilio Diniz, o valor do IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) foi considerado vantajoso, apurou a reportagem.

Isso porque, ao pagar R$ 1,8 bilhão por 10% do braço local do Carrefour, em dezembro de 2014, o empresário pagou R$ 9,90 por papel. Ou seja: descontada a inflação do período, de quase 20%, o lucro da Península foi de cerca de 25%.

Na definição de preço do IPO foram vendidas novas ações emitidas pela varejista e também papéis que pertenciam aos acionistas atuais, como a Península e o próprio grupo francês, que acabaram diluindo marginalmente sua participação.

Na operação realizada na terça-feira, a empresa de investimentos da família Diniz vendeu parte das ações que detinha e, ao mesmo tempo, comprou novos papéis emitidos. Assim, entrou na operação com uma participação de 12% na operação brasileira do Carrefour e terminou o dia com uma fatia de 11,5%. Um acordo impedia o empresário de reduzir significativamente sua fatia no negócio, informou outra fonte.

Segundo apurou a reportagem, a maior parte dos investidores que participou da aquisição de ações foi investidores brasileiros e norte-americanos, que concentraram aproximadamente 90% das compras. Os 10% restantes foram divididos entre investidores de Ásia e Europa.

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Embora o Carrefour seja o líder do varejo de alimentos no País, fontes de mercado afirmam que a vantagem competitiva que a companhia exibiu sobre o Grupo Pão de Açúcar diminuiu ao longo de 2016 até desaparecer por completo no início deste ano, aponta relatório do banco Brasil Plural. Este seria um dos motivos, de acordo com fontes, para que o preço inicial das ações do Carrefour não tenha sido mais alto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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