Menos de uma semana após a Polícia Federal prender o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e três diretores da entidade, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) assegurou a manutenção do calendário esportivo das competições organizadas pela CBDA e garantiu a presença de atletas brasileiros em competições internacionais neste ano.

A promessa é do próprio presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, que enviou carta aos atletas de desportos aquáticos. “Fiquem tranquilos com relação à manutenção dos calendários já estipulados e a realização de competições já marcadas, como o Troféu Maria Lenk, além da presença brasileira no Mundial de Budapeste e no Sul-Americano de Cali. A Diretoria Executiva de Esportes do COB foi instruída na sexta-feira a trabalhar com a atual liderança da confederação nessa direção”, diz trecho do documento.

Batizada de Operação Águas Claras, a operação da PF deflagrada na quinta-feira passada apura desvios que podem chegar a R$ 40 milhões em contratos da CBDA. A ação também teve consequência direta no acordo de patrocínio que a entidade tem com os Correios, mais antigo parceiro da confederação. Ainda na quinta, a estatal anunciou que já estava procedendo com os trâmites para rescindir o patrocínio. Sem os recursos, todas as competições do ano poderiam ficar comprometidas.

Por causa disso, o COB tratou de tranquilizar os atletas das modalidades aquáticas. O foco, segundo o comitê, está na preparação. “Sem competir, os atletas não evoluem. Falta motivação para aquele esforço diário, dolorido que é treinar em alto nível, como fazem ou fizeram todos vocês”, escreveu Nuzman.

Na mesma carta, o presidente do COB convocou os integrantes da Comissão de Atletas do comitê a participarem de reunião na sede da entidade na próxima terça-feira, 18. Segundo a entidade, a reunião fora marcada antes mesmo da ação da PF na CBDA. A pauta do encontro não foi divulgada.