Após um 2015 em que teve o pior ano na carreira, quando passou a maior parte do tempo no departamento médico do Palmeiras, o meia Cleiton Xavier tem motivo extra para sorrir. Bem fisicamente e com seu time na liderança do Brasileiro, ele disse, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que sofreu muito por ouvir que era “bichado” e que isso lhe deu força para dar a volta por cima. Falou que o fiasco de 2009 também não lhe sai da cabeça e que usa Fernando Prass como exemplo para acreditar que pode ser convocado para defender a seleção brasileira.

Como avalia seu momento?

Acredito que tenho melhorado cada dia mais e tentando ajudar com o meu melhor. Mesmo quando não jogo, tento auxiliar os companheiros da melhor forma possível e espero continuar sendo útil até a reta final do Brasileiro.

O que fazer para o Palmeiras não cair de rendimento como na reta final do turno?

Normal ter oscilação e todos os times passam por isso. No nosso caso, como primeiro colocado, todo mundo vai querer ganhar da gente, para falar que bateu no líder. Seremos o time a ser batido no campeonato e temos que aprender a lidar com isso e nos precaver.

A imprensa e a torcida lembram muito 2009 (Palmeiras liderou por várias rodadas, mas caiu de rendimento e não conseguiu nem a vaga na Libertadores). Vocês comentam sobre isso ou acham que não tem nada a ver?

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Os jogadores que estão aqui não viveram aquilo, então não dão muita bola. Eu, que estava naquele time, às vezes comento. Esses dias, falei com o Alexandre (Mattos, diretor de futebol) e com o Paulo Nobre (presidente dos Palmeiras). Impossível esquecer. Foi meu último Brasileiro e marcou demais a minha carreira.

Quando você está em campo, teme uma nova lesão?

Tento esquecer. O que aconteceu ano passado foi algo inédito na minha carreira. Nem quero mais lembrar disso tudo. Só quero jogar. Claro que lesões vão aparecer, pois fazem parte de qualquer profissional, mas não pode acontecer tantas como no ano passado.

O que sentia quando ouvia que você era “bichado” e que veio “roubar dinheiro” do Palmeiras?

Era algo que me fazia sofrer, porque parecia que eu tinha me machucado de propósito. Eu tenho uma identificação grande com o Palmeiras e escolhi voltar para o clube. Era muito triste ouvir que o seu time precisa de alguém para fazer a sua função e você não poder fazer nada para mostrar que as pessoas estão erradas. Eu me cobrava bastante para voltar bem, dar a volta por cima e suprir essa necessidade.

Faz algum treino especial?

Tenho um “pré-treino”. Meia hora antes do treino, de fato, eu faço um trabalho na academia, para fortalecimento muscular. É algo que eu sei que farei até o fim da minha carreira para conseguir jogar direto.

Ter jogado por cinco anos na Ucrânia te prejudicou sob o ponto de vista físico?

Com certeza, porque lá o ritmo de treinos e jogos são bem menores. Imaginei que iria sofrer com isso, mas não que seria da forma que foi.

Quem é melhor treinador: Oswaldo de Oliveira, Marcelo Oliveira ou Cuca?

Difícil falar. São três estilos bem diferentes. Se as pessoas analisarem pelo resultado, falariam que seria o Cuca, mas não é isso. O que você vai falar do Marcelo? O cara é bicampeão brasileiro, ganhou a Copa do Brasil com a gente. O momento do Cuca é melhor, é muito bom. E ele tem uma identificação grande com o clube e isso deve ajudá-lo.


Cuca mexe bastante no time. Qual formação mais te agrada?

Bom, eu não escalo o time (risos), mas a formação que mais deu certo foi com o Tchê Tchê e Moisés e eu na frente deles, tendo ainda dois atacantes de lado e um mais dentro da área, o Gabriel Jesus. Time fica leve e com mobilidade.

Seleção brasileira está nos planos, mesmo com 33 anos?

Um jogador de futebol que não pensa em defender sua seleção tem que parar de jogar. Claro que penso e a mudança da comissão técnica faz com que novas ideias cheguem ao time brasileiro. E temos um exemplo no Palmeiras que é o Prass. Com 38 anos, foi chamado por mérito e não porque conhece alguém. Ele conseguiu graças a seu trabalho e vou atrás disso também.

Pretende aposentar no Palmeiras ou no CSA-AL?

Tenho mais um ano e meio de contrato com o Palmeiras e depois eu vejo. Eu gostaria de jogar no CSA, onde eu comecei, mas vamos ver.


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