Os políticos alvos de investigação do Ministério Público de São Paulo negaram irregularidades envolvendo suas campanhas e ressaltaram que as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Alguns dos citados, como o ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e o ex-deputado federal Gabriel Chalita (PDT), decidiram recorrer contra a abertura dos inquéritos ao Conselho Superior do Ministério Público porque consideram que não é de competência do Patrimônio Público investigar os supostos crimes delatados pela Odebrecht.

“A respeito da acusação de suposto ato de improbidade, em nenhum momento a Odebrecht imputa pagamento de propina a Aloysio Nunes, mas pagamento de recurso não contabilizado à campanha de 2010 para o Senado, que o ministro nega veementemente ter recebido”, disse o ministro, em nota. O recurso de Chalita deve ser analisado amanhã pelo conselho.

Ex-prefeito da capital e atual ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab afirmou que “sempre pautou sua atuação pela ética” e que as doações foram recebidas em acordo com a lei e registradas junto à Justiça Eleitoral.

Fernando Haddad afirmou que todas as receitas e despesas da campanha de 2012 foram registradas e homologadas pela Justiça Eleitoral e que se coloca à disposição do Ministério Público paulista.

Os deputados federais Celso Russomanno (PRB-SP) e Paulinho da Força (SDD-SP) também negaram irregularidades e defendem as investigações. “Toda doação que recebi da Odebrecht foi legal e declarada à Justiça”, disse Paulinho.

O senador José Serra (PSDB-SP) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também negaram envolvimento em fatos ilícitos e não quiseram se manifestar sobre os inquéritos. O Metrô e a Dersa afirmaram que são as maiores interessadas na resolução dos processos, se colocaram à disposição das investigações e defendem punição aos culpados.

O ex-presidente do PT José Genoino (PT) e o ex-deputado Gabriel Chalita não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.