O chefe das Operações Especiais americanas confirmou nesta sexta-feira que a Agência Central de Inteligência (CIA) está encerrando o seu programa de apoio aos rebeldes que lutam contra o presidente sírio, Bashar al-Assad.

O general Tony Thomas negou que a operação de quatro anos tenha terminado para conseguir o apoio da Rússia e um possível cessar-fogo no sudoeste da Síria.

Foi uma “difícil decisão”, mas “absolutamente não é um suborno aos russos”, disse Thomas em um fórum em Aspen, no Colorado.

“Acredito ter sido baseado em uma avaliação do programa, o que estamos tentando realizar, a viabilidade no futuro”.

Questionada sobre a declaração de Thomas, a CIA se recusou a comentar.

Na quarta-feira, o jornal The Washington Post informou que o programa secreto da CIA estava sendo encerrado.

O veículo afirmou que o presidente Donald Trump tomou a decisão há quase um mês, após uma reunião com o chefe da CIA, Mike Pompeo, e com o conselheiro de Segurança Nacional, H.R. McMaster.

O Washington Post também disse que Trump tomou a decisão com o objetivo de encontrar formas de trabalhar com a Rússia na Síria, onde Moscou apoia o governo de Assad.

Trump assinalou que o principal objetivo dos Estados Unidos na Síria deve ser a eliminação do grupo Estado Islâmico (EI), ao invés de se opor ao regime de Assad.

O cessar-fogo, que cobre parte da área onde os rebeldes operam, foi anunciado em 7 de julho na Cúpula do G20 em Hamburgo.

O ex-presidente Barack Obama aprovou o programa de ajuda aos rebeldes em 2013, quando vários grupos insurgentes buscavam apoio externo em uma revolta contra o governo de Assad.

Milhares de combatentes opositores ao governo sírio foram treinados e armados.

Mas o compromisso dos Estados Unidos continua ambíguo, em meio a dúvidas de alguns setores sobre as opções dos rebeldes para derrubar Assad e a atenção dada ao crescente poder do EI na Síria e no Iraque.

O apoio ao programa diminuiu em 2016 depois que os rebeldes perderam as áreas ocupadas em Aleppo, na Síria, diante de um ataque das forças do governo apoiadas pela Rússia.

Funcionários americanos declararam nesta semana que algumas forças anti-Assad poderiam ser absorvidas pelos grupos apoiados pelos militares dos Estados Unidos que lutam contra o EI.