A China vai interromper todas as suas importações de carvão provenientes da Coreia do Norte para o que resta de 2017, anunciou neste sábado, depois de um novo teste de míssil de Pyongyang e respondendo a um pedido de Washington para que Pequim aplicasse maiores medidas.

“A China vai interromper momentaneamente suas importações de carvão provenientes da Coreia do Norte para o que resta deste ano”, uma interrupção que entrará em vigor no domingo e será válida até 31 de dezembro, indicou o ministério chinês do Comércio.

A suspensão “também é aplicada aos envios para os que não completaram os procedimentos alfandegários”, afirmou.

Esta decisão chega menos de uma semana depois de Pyongyang testar o míssil balístico Pukguksong-2, que após percorrer 500 km no domingo caiu sobre o mar do Japão, provocando reações na Ásia e nos Estados Unidos.

Neste contexto, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que se reuniu pela primeira vez na sexta-feira com seu colega chinês, Wang Yi, pediu a Pequim que atue “de todas as formas” para “moderar” seu turbulento vizinho.

Como resposta, o ministro chinês das Relações Exteriores defendeu, sobretudo, a retomada das negociações dos Seis (Coreia do Sul, Coreia do Norte, Japão, Rússia, China e Estados Unidos), considerando que devem romper o círculo vicioso dos testes nucleares e das sanções.

Mas a China parece disposta a se mostrar firme e tolerante ao mesmo tempo.

A interrupção das importações de carvão está destinada a “executar a resolução 2321 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, explicou o ministério chinês em um breve comunicado.

Esta resolução, adotada em 30 de novembro, impõe maiores sanções internacionais à Coreia do Norte, em resposta aos avanços de seu programa nuclear com fins militares.

A resolução limitava as vendas norte-coreanas de carvão para 400,9 milhões de dólares (7,5 milhões de toneladas) para o ano a partir de janeiro de 2017. Uma redução de 62% em relação a 2015.

Pequim já havia suspendido em dezembro, por três semanas, as importações de carvão, mas as retomou em janeiro.

A China, quase o único sócio econômico de Pyongyang, é praticamente o único mercado para o carvão da Coreia do Norte.