Um policial morreu e outro ficou ferido em um tiroteio na noite desta quinta-feira (20) na Champs-Élysées, a avenida mais célebre de Paris, capital da França. A região foi sendo evacuada pelas forças de segurança, que pediram para a população evitar a zona, uma das mais movimentadas da capital francesa. O Ministério do Interior da França confirmou a morte do homem que abriu fogo na avenida.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque. Segundo o portal “Site”, que monitora atividades extremistas na internet, a “Amaq”, agência oficial do EI, disse que a ação foi cometida por um de seus soldados, Abu Yusuf al Beljiki, apelidado de “O Belga”.

A reivindicação é diferente da maioria daquelas realizadas pelo Estado Islâmico, já que foi feita antes mesmo de a identidade do agressor ter sido divulgada pela Polícia, o que indica familiaridade do grupo jihadista com a ação.

O episódio acontece a apenas três dias das eleições presidenciais na França e pouco mais de 24 horas depois da prisão de dois supostos terroristas que estariam planejando cometer atentados contra os candidatos.

Os suspeitos foram capturados em Marselha, onde a ultranacionalista Marine Le Pen faria um comício. Além disso, os serviços de segurança estão em alerta máximo para o risco de ataques na votação do próximo domingo (23). A França é o país da Europa que mais sofreu atentados terroristas nos últimos anos, incluindo o massacre na redação do jornal “Charlie Hebdo”, que matou 12 pessoas em janeiro de 2015, e a série de ataques na capital em novembro do mesmo ano, que fez 130 vítimas.

O jornal “Le Parisien” diz que uma viatura estacionada entre as estações Roosevelt e Georges V do metrô foi atacada por apenas um homem, que teria chegado de carro e armado com um fuzil. Ele só teria sido neutralizado após matar um policial e ferir outro com um disparo na cabeça. Algumas testemunhas falam em dois agressores, porém essa informação ainda não foi confirmada.

Em pronunciamento direto do Palácio do Eliseu, o presidente da França, François Hollande, disse estar convencido de que as pistas do tiroteio desta quinta-feira (20) na avenida Champs-Élysées, em Paris, são de “ordem terrorista”.  O presidente também enviou suas condolências às famílias do policial morto e dos dois feridos no ataque. “O apoio da nação é total às forças de segurança”, acrescentou o mandatário, prometendo “grande determinação” para lutar contra o terrorismo.

O tiroteio na Champs-Élysées está sendo investigado pela seção antiterrorismo da Procuradoria de Paris.

Candidatos e Trump lamentam tiroteio

“Emoção e solidariedade pela nossa Polícia, mais uma vez tomada como alvo”, escreveu no Twitter a candidata ultranacionalista à Presidência da França, Marine Le Pen, que aparece em segundo lugar nas pesquisas.

Já o socialista Benoît Hamon, usou a mesma rede social para enviar seus pensamentos ao agente morto. “Apoio total às nossas forças de ordem contra o terrorismo”, disse, apesar de a Polícia ainda não confirmar que tenha sido um ato terrorista.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recebeu a notícia do tiroteio durante uma reunião com o primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, enviou suas condolências à França. “Parece terrorismo, não acaba nunca, precisamos ficar fortes e atentos”, disse.

Gentiloni também lamentou o suposto ataque e declarou que o país vive um momento “muito delicado”. O incidente aconteceu a apenas três dias das eleições presidenciais e pouco mais de 24 horas depois da prisão de dois supostos terroristas que estariam planejando cometer atentados contra os candidatos.