O advogado Vitor Alves de Brito, que defende a Cemig, disse nesta segunda-feira, 21, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o pedido da União para o adiamento do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata do leilão da usina de Jaguara sinaliza disposição do governo federal para um acordo com a companhia. Segundo ele explicou, com a câmara de conciliação aberta, as duas partes – União e Cemig – poderão chegar a um entendimento para a prorrogação da concessão das quatro usinas em disputa. “O pedido mostra que o governo tem interesse no acordo”, afirmou.

A estatal busca um empréstimo com o BNDES para pagar os R$ 11 bilhões, que é o valor previsto de lance pelas usinas no leilão, marcado para o dia 27 de setembro. A equipe econômica não tem interesse nesse acordo com a União, segundo fontes, porque avalia que a estatal não tem condições financeiras para obter crédito nessa magnitude.

A pressão política, no entanto, levou o presidente Michel Temer a dar sinal verde para a negociação com o adiamento do leilão. Como antecipou no domingo, 20, o Broadcast, a Cemig buscava a abertura de uma câmara de conciliação com o governo federal para tentar um acordo sobre o controle das hidrelétricas para conseguir o adiamento do julgamento, marcado inicialmente para esta terça-feira, 22. O ministro Dias Toffoli, do STF, atendeu ao pedido da Advocacia Geral da União (AGU) e retirou da pauta de terça-feira o julgamento sobre a usina de Jaguara.


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