O dólar teve um dia volátil ante o real nesta quinta-feira, 27. Pela manhã, a vitória do governo na votação da reforma trabalhista na Câmara trouxe um alívio aos mercados domésticos, mas perto do meio da sessão os temores com a reforma da Previdência e a greve geral marcada para amanhã fizeram a moeda inverter a direção e passar a subir. Perto do fim do pregão, operadores citaram que a alta dos últimos dias pode ter sido excessiva e o câmbio terminou não muito distante da estabilidade.

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 0,24%, a R$ 3,1818, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1573 (-0,53%) e a máxima de R$ 3,1889 (+0,47%). Com isso, renovou o maior patamar de fechamento desde 9 de março (R$ 3,1945). Nas últimas três sessões, acumula alta de 1,76%. O volume de negócios registrados na clearing da B3 somou US$ 1,084 bilhão. Por volta das 17h15, o dólar futuro para maio avançava 0,22%, a R$ 3,1825. O giro era de US$ 15,336 bilhões. A divisa norte-americana sobe ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rand sul-africano (+0,61%), o peso colombiano (+0,41%) e a rupia indonésia (+0,32%).

Na noite de ontem, após uma sessão bastante tumultuada o governo conseguiu aprovar a reforma trabalhista na Câmara por 296 votos favoráveis e 177 contrários. O número superou bastante o mínimo necessário para essa lei ordinária, que era de maioria simples, mas ainda não chegou no nível de três quintos (ou 308 votos) preciso para aprovar a reforma da Previdência, que é uma proposta de emenda constitucional.

A votação foi vista pelos participantes do mercado como levemente positiva, o que não significa que a aprovação da Previdência esteja garantida. A preocupação aumentou quando o presidente da comissão especial na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS), decidiu adiar a votação do parecer do dia 2 para o dia 3. Existem temores de que isso possa ser postergado ainda mais.

Há ainda a briga pela Ptax de fim de mês amanhã, que ocorrerá em meio à greve geral, que pode dificultar alguns operadores de chegarem às mesas e, assim, diminuir o volume de negócios. Nesta quinta-feira, o Banco Central concluiu a rolagem dos US$ 6,389 bilhões em swaps cambiais que expirariam no começo de maio. No próximo mês, terá de decidir o que fará com os US$ 4,435 bilhões que vencem em junho.

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