A Catalunha enfrentará um “empobrecimento brutal” caso se torne independente da Espanha, com uma queda de até 30% do seu PIB – afirmou o Ministério espanhol da Economia nesta segunda-feira (18), a menos de duas semanas do referendo de autodeterminação convocado unilateralmente pelas autoridades catalãs.

“O empobrecimento da sociedade catalã em geral seria brutal. O PIB poderia cair entre 25% e 30%, e o desemprego, dobrar”, garantiu o ministro Luis de Guindos em uma entrevista à rádio COPE.

“Do ponto de vista econômico, a independência da Catalunha seria absolutamente irracional. O que aconteceria é que ela ficaria fora da zona do euro. E 75% da produção catalã ficaria sujeita a tarifas aduaneiras”, detalhou.

“Os bancos teriam que ir embora, e, logicamente, haveria uma incerteza brutal”, afirmou o ministro.

Isso seria “tão irracional que nem os investidores, nem os mercados de capitais, nem meus colegas do Ecofin (Conselho de Assuntos Econômicos e Financeiros) consideram que seja um cenário minimamente viável e aceitável”, completou.

O governo regional catalão avalia que, no caso de independência, o fato de a Catalunha poder decidir por si mesma sua política fiscal, ou os investimentos em infraestruturas, beneficiaria o PIB.

Ele também destacou o fato de que a Catalunha não sofreria mais de “déficit orçamentário”, resultado de transferir mais dinheiro ao governo central do que recupera.

O Executivo catalão estima esse déficit em cerca de 16 bilhões de euros, ou 8% do PIB regional, enquanto o governo espanhol, com metodologia diferente, avalia em 10 bilhões de euros, 5% do PIB da região.

Alguns economistas presumem, na hipótese de que a Catalunha se mantenha dentro da União Europeia se ficar independente, que o PIB do novo Estado ficaria estável a curto prazo e poderia crescer até 7% a longo prazo.

A Catalunha, que representou, em 2016, 20% do PIB espanhol, disputa com Madri o título de região mais rica do país.

Similar à da capital espanhola, a taxa de desemprego é bem mais baixa do que a média nacional: 13,2% contra 17,2% no segundo trimestre de 2017.