A carteira de crédito e repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu R$ 646,924 bilhões no primeiro semestre do ano, uma redução de R$ 48,454 bilhões em relação a dezembro de 2015, o equivalente a uma queda de 7,0%. O banco publicou o balanço patrimonial referente ao segundo trimestre no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 12.

O resultado foi influenciado pelo efeito da depreciação do dólar na parcela em moeda estrangeira e pela redução da parcela em moeda nacional, impactada pelo fim do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), em dezembro de 2015, informou o BNDES, em nota.

Já a carteira de participações societárias alcançou R$ 58,797 bilhões no primeiro semestre de 2016, um crescimento de 12,2% em relação a 31 de dezembro de 2015. A alta foi provocada pela valorização em R$ 8,438 bilhões da carteira de participações, “notadamente em ações de Petrobras, Eletrobras e Vale”.

A despesa com provisão para perdas (impairment) foi de R$ 5,150 bilhões no primeiro semestre. Mas, segundo o banco, a baixa contábil não teve impacto relevante na posição patrimonial, por tratar-se da reclassificação para o resultado de perda já reconhecida no patrimônio líquido.

Patrimônio líquido

O patrimônio líquido do BNDES totalizou R$ 36,876 bilhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 19,0% em relação a 31 de dezembro de 2015. O montante equivale a R$ 5,883 bilhões a mais no patrimônio. O avanço resultou, principalmente, do efeito positivo de R$ 5,142 bilhões líquido de tributos, decorrente da valorização da carteira de participações societárias, que absorveu o prejuízo líquido de R$ 2,174 bilhões.

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Índice de Basileia

O BNDES também informou no balanço publicado no DOU que o índice de Basileia atingiu 16,1% no primeiro semestre do ano.

Em nota, o banco de fomento considerou o resultado como uma “situação confortável”, diante dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, além de superior à apresentada em dezembro de 2015, quando estava em 14,7%.

O patrimônio de referência totalizou R$ 105,930 bilhões, um crescimento de 11,5% em relação a 31 de dezembro de 2015, R$ 10,933 bilhões a mais. O avanço foi consequência, principalmente, da valorização da carteira de participações societárias.

Despesas com provisões para risco

O BNDES aumentou a despesa com provisão para risco de crédito para R$ 4,438 bilhões no primeiro semestre do ano, ante R$ 480 milhões no mesmo período de 2015, um salto de 824,4%. No segundo semestre do ano passado, esse montante foi de R$ 988 milhões no segundo semestre do ano passado.

A elevação foi provocada “por importantes ajustes de classificação de risco na carteira de crédito e repasses, refletindo o cenário econômico brasileiro desfavorável nos primeiros seis meses deste ano”, justificou o banco, em nota.

A carteira de crédito e repasses do BNDES teve 97,7% de suas operações classificadas entre os níveis AA e C no primeiro semestre.

A inadimplência cresceu, embora mantenha-se em patamar considerado baixo pelo banco. O índice referente a 30 dias alcançou 1,38% em 30 de junho deste ano, ante o resultado de apenas 0,02% registrado pelo Sistema BNDES em dezembro de 2015.

Segundo o banco de fomento, o produto de intermediação financeira compensou o impacto negativo das provisões em 2016, alcançando R$ 12,235 bilhões nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 25,2% em relação a igual período de 2015 e de 17,7% em relação ao segundo semestre do ano passado.

“O resultado foi devido à combinação de dois fatores: volume elevado de amortizações dos financiamentos concedidos, sem que, em paralelo, houvesse aumento de desembolsos. Os recursos não aplicados na carteira de crédito foram migrados para a carteira de tesouraria”, explico o BNDES, em nota.



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