Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1994 e campeão em Barcelona-1992, o ex-jogador de vôlei Amauri Ribeiro deve perto de R$ 1 milhão aos cofres públicos. O Ministério do Esporte cobra o valor referente a um convênio assinado em 2010 com a Associação Brasileira de Voleibol Paralímpico (ABVP), presidida por Amauri à época. O débito inicial era de R$ 554.636,98. Com atualização, a pendência salta para R$ 960.900,17.

O ministério alega que, desde 2012, tenta receber a dívida de Amauri, mas sem sucesso. A pasta, então, resolveu tornar pública neste mês a dívida por meio de publicação no Diário Oficial da União. Na nota, alega que Amauri “se encontra em locais incertos e não sabidos”. Segundo o Ministério do Esporte, o ex-jogador não apresentou nenhuma justificativa para não quitar o valor devido e, apenas em 2015, solicitou maior prazo para o pagamento, mas não cumpriu o acordo.

A Associação Brasileira de Voleibol Paralímpico (ABVP) fechou convênio com Ministério do Esporte para treinamento e preparação de atletas no período de 12 meses, de dezembro de 2010 a dezembro de 2011. O objetivo era compor as seleções paralímpicas de vôlei para os Jogos Paralímpicos do Rio. O Ministério do Esporte repassou o dinheiro e, desde então, segundo a pasta, Amauri não apresentou a prestação de contas.

Hoje, Amauri Ribeiro é presidente da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD), com sede em São Paulo. O Ministério enviou notificações à entidade, na Vila Mariana, zona sul da capital, mas não obteve respostas. Se a dívida não for paga, a pasta promete encaminhar o caso ao Tribunal de Contas da União. Amauri Ribeiro não foi localizado pela reportagem do Estado.

Amauri tem 58 anos e é um dos maiores nomes do vôlei brasileiro. Disputou quatro edições dos Jogos Olímpicos. Em Moscou-1980, o Brasil ficou na quinta colocação. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles. Na Olimpíada de 1988, em Seul, ficou no quarto lugar e atingiu o ápice da carreira com o ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona. Também foi vice-campeão mundial em 1982. Encerrou a carreira de jogador em 1993 para depois se tornar treinador e dirigente.