Para um seleto grupo de esportistas brasileiros,22 de setembro representou uma ocasião especial:nessa data, o Brasil celebrou o Dia Nacional do Atleta Paralímpico. As homenagens foram mais do que merecidas. Nos últimos 25 anos, o esporte paralímpico brasileiro passou por uma profunda transformação.

De mero coadjuvante, o País se tornou uma potência mundial admirada e temida pelos rivais. Os números demonstram o salto de qualidade. Nos Jogos de Barcelona, em 1992, o Brasil foi o 37º colocado no quadro de medalhas. Na Rio-2016, alcançou o 8º lugar. Desde Pequim, em 2008, os brasileiros figuram entre as dez nações que mais subiram ao pódio. “Esses resultados se devem ao nosso intenso processo de profissionalização”,diz Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ele próprio um ex-atleta com duas medalhas de ouro conquistadas no futebol de 5 (para cegos) nos Jogos de Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008.

Diversos fatores contribuíram para alavancar o movimento paralímpico nacional. A largada foi dada em 1995, com a criação do CPB. Em 2001, outro passo importante: a Lei Agnelo Piva regulamentou a captação de recursos para o esporte. Com ela, 2,7% da arrecadação das loterias federais passou a ser destinada ao movimento olímpico e paralímpico. Em 2005, vieram os primeiros patrocinadores corporativos. “O aumento do investimento privado é muito importante para que o esporte paralímpico continue se desenvolvendo no Brasil. Nós temos orgulho em apoiar o paratletismo desde 2015 e ver que o investimento é destinado ao preparo técnico dos atletas”, afirma Marcelo Arantes, vice-presidente de Pessoas, Comunicação, Marketing e Desenvolvimento Sustentável da Braskem. Em junho passado, a empresa renovou por mais quatro anos o contrato com a equipe brasileira de paratletismo.

O Brasil é hoje referência na captação de talentos. Realizadas anualmente, as Paralimpíadas escolares são a maior competição internacional para crianças com deficiência. A edição 2017 será no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo, o quarto maior desse tipo no mundo, com leitos para atletas, laboratório de ciência do esporte e espaços destinados a 15 modalidades diferentes. Graças a iniciativas como essas, o Brasil continuará entre os melhores do mundo.

 

“Temos orgulho de apoiar o movimento paralímpico”

Vice-presidente de Pessoas, Comunicação, Marketing e Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Marcelo Arantes fala da importância do investimento no esporte

Que fatores contribuíram para que o Brasil se tornasse uma potência paralímpica?
Marcelo Arantes – Nós temos muito orgulho de apoiar o Comitê Paralímpico Brasileiro, que faz um excelente trabalho com os seus atletas. Em nossa análise, alguns fatores levaram o Brasil a alcançar o patamar que está hoje. O primeiro deles é a definição de metas e o planejamento consistente para alcançá-las.

Quais outros aspectos merecem ser apontados?
Marcelo Arantes – Outro ponto de destaque é o investimento nos atletas. A preocupação vai desde o investimento na base, com a capacitação de professores para que incluam as crianças com deficiência nos esportes e no fomento a competições escolares, até um programa de transição de carreira, que dá oportunidade de formação e capacitação durante e após sua vida esportiva.

Qual é o papel dos investimentos privados no desenvolvimento do esporte paralímpico?
Marcelo Arantes – O aumento do investimento privado é muito importante para que o esporte paralímpico continue se desenvolvendo no Brasil. Observamos que modelos de sucesso de outros países possuem um aporte muito maior da iniciativa privada do que em nosso país.

Quando a Braskem começou a opoiar o paratletismo?
Marcelo Arantes – Nós, da Braskem, temos muito orgulho em apoiar o paratletismo desde 2015 e estar ao lado dos paratletas, exemplos de superação pelos quais temos muita admiração.