SÃO PAULO, 21 JUL (ANSA) – O Brasil assumiu formalmente a Presidência rotativa do Mercosul ao fim da Cúpula entre os mandatários dos países que formam o bloco nesta sexta-feira (21). Agora, Michel Temer será o líder do grupo até dezembro deste ano.   

Em seu discurso de posse, o brasileiro se comprometeu com os avanços para fechar um acordo comercial com a União Europeia e disse que a reunião de Mendoza será lembrada como o momento em que o bloco econômico “voltou” a suas funções originais. De acordo com ele, a “negociação externa é prioridade” do período em que o país comandará o bloco.   

Temer ainda aproveitou para reforçar que vai manter os esforços para chegar a um acordo com a Aliança do Pacífico, considerados “fundamentais para integrar a América do Sul”.   

Temer também usou seu tempo para expressar sua preocupação com a crise política na Venezuela, mas adotou um tom moderado para falar sobre o país, assim como havia ocorrido durante o discurso do presidente argentino, Mauricio Macri, que comandava o Mercosul até hoje.   

“Ficaremos muito atentos para a situação da Venezuela. Aqui chegamos a alguns pontos e eles levem a um primeiro consenso de que é preciso haver um diálogo pra ter uma pacificação interna da Venezuela”, disse Temer.   

O mandatário ainda destacou que essa pacificação é necessária para “ajudar o povo venezuelano, que sofre com as consequências” dessa crise.   

Temer finalizou seu discursando agradecendo ao presidente Macri pelo “excelente semestre da Presidência argentina”.   

– Sessão plenária: O discurso ao assumir a posse foi semelhante ao que ele fez durante a sessão plenária, onde reforçou a importância das relações exteriores contra o protecionismo.   

“Diante das pressões protecionistas que perduram em diferentes quadrantes, a razão recomenda resistirmos ao isolamento, recomenda insistirmos nos processos de integração. O fechamento ao outro é um obstáculo ao desenvolvimento. Na Presidência brasileira, continuaremos engajados em nossa ambiciosa pauta de negociações externas”, destacou.   

Mais cedo, ao abrir os trabalhos, Macri pediu que o grupo “precisava se comprometer a ser protagonista do futuro e ser um ator central na hora de enfrentar os desafios internacionais”.   

O argentino afirmou que o Mercosul “está à disposição para facilitar e mediar as partes do conflito” venezuelano e que expressava “uma mensagem de solidariedade e de proximidade ao povo” local. (ANSA)