Nem só na Reforma da Previdência repousam as esperanças do ministro Paulo Guedes para recuperar a economia. O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, apresentou a empresários de São Paulo, na quinta-feira 27, o programa de privatizações do governo Bolsonaro. Com a venda de estatais, o governo pretende atingir uma receita este ano de US$ 20 bilhões (R$ 80 bilhões), dos quais R$ 50,6 bilhões já estão entrando no caixa da União. A maior contribuição vem da comercialização de subsidiárias da Petrobras, incluindo os R$ 33,5 bilhões da venda da TAG (Transportadora Associada de Gás). A Petrobras ainda venderá a Liquigás. Com as concessões de aeroportos, ferrovias e portos, vai se chegar a R$ 8 bilhões.

BNDESPar

Mattar também contabiliza o ingresso este ano de R$ 147,6 bilhões no caixa da União por meio dos desinvestimentos que o governo fará no BNDESPar (R$ 108,3 bilhões), na Caixa (R$ 16,2 bilhões), no Banco do Brasil (R$ 12,7 bilhões) e no Tesouro (R$ 10,4 bilhões). O governo também deve se livrar das debêntures que tem na Vale, no IRB e na Neoenergia.

Potencial

O programa coordenado por Salim Mattar prevê que o potencial na venda de ativos da União pode atingir R$ 990 bilhões, quase o valor de R$ 1 trilhão que a Reforma da Previdência pode trazer. Estão incluídos aí os R$ 490 bilhões com a venda de estatais (o Brasil tem 134 empresas federais). Por enquanto, salvam-se o BB, a Caixa e a Petrobras.

Barrado no baile

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Wenderson Araujo

Após defender a destituição do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) da presidência do PSL paulista, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) passou a ser considerado persona non grata na família Bolsonaro. A esposa do presidente, Michelle, já recomendou a assessores que vete qualquer agenda solicitada por Frota, e o senador Flávio tem atuado para minar as ações do deputado junto ao Ministério da Cidadania.

Rápidas

* Depois da polêmica das lagostas, o Supremo Tribunal Federal (STF) pretende renovar os 45 sofás das salas dos ministros. A licitação com a tomada de preço para sofás de luxo foi encerrada na última semana de junho. O custo dos novos móveis será de R$ 170 mil.

* Dez profissionais do MEC trabalham na revisão do material didático para as escolas públicas visando 2020. A ordem do ministro Abraham Weintraub é que sejam retiradas todas as referências à ideologia de gênero.

* O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), virou alvo do TCU, acusado de desmontar a política ambiental, sobretudo com o contingenciamento de 90% dos recursos para a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

* O senador Styvenson Valentim (Pode-RN) apresentou um projeto de lei pra lá de polêmico. Quer implantar a castração química para estupradores. O projeto prevê a castração cirúrgica se o criminoso for reincidente.

Retrato falado

“O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas” (Crédito:Luis Blanco/Governo do Estado de São Paulo)

O governador João Doria, que já está com o bloco na rua para a sucessão presidencial em 2022, cutucou o presidente Jair Bolsonaro, que também pretende ser candidato à reeleição. Homenageou o ministro da Justiça, Sergio Moro, entregando-lhe a medalha da Ordem do Ipiranga na última sexta-feira 28. Doria rasgou elogios ao ministro, vitima de ataques por parte de petistas, que comemoram a invasão criminosa das suas comunicações. A campanha para 2022 já começou.

É dando que se recebe

Muitos deputados estão ansiosos com a possível volta do toma lá dá cá, tão abominado pelo presidente Jair Bolsonaro. É que líderes governistas têm prometido que haverá a liberação de R$ 20 milhões em emendas parlamentares para cada deputado que votar a favor da Reforma da Previdência. O problema é que, para isso acontecer, o governo teria que ter no cofre da União pelo menos R$ 6 bilhões para distribuir. E não tem. Vale lembrar que, ao longo de 2019, o governo liberou apenas R$ 3 milhões em emendas para todos os 513 parlamentares. Apesar da renovação, pouca coisa mudou no Congresso. Lamentavelmente, o vício do cachimbo fez a boca torta.

Toma lá dá cá


Senador Major Olímpio (Crédito:Pedro França)

Por que senhor defendeu a pena de morte ao sargento preso com 39 kgs de cocaína no avião presidencial?
Eu defendi pena de morte para o traficante militar na aeronave da FAB porque no Código de Processo Penal Militar existe essa previsão. Se nós estivéssemos em situação de guerra, sem dúvida, a punição para esse sujeito seria a pena de morte.

Foi muito grave?
Cometeu um ato de traição ao País.

O senhor é a favor da pena de morte no Brasil?
Eu defendo a pena de morte ao longo dos meus 41 anos de serviço policial. A pena capital deve ser aplicada a criminosos irrecuperáveis, assassinos contumazes, traficantes de drogas contumazes, estupradores e indivíduos perturbados pela extrema violência do que praticam.

Pressão do centrão

Integrantes do Centrão trabalham para que a Reforma da Previdência seja votada somente em setembro, apesar da vontade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser a de votar até o recesso. A intenção do Centrão é pressionar o governo pela liberação de cargos e emendas antes da votação.

O candidato comunista

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não esconde mais que deseja disputar a presidência da República em 2022. Nas redes sociais, vem se contrapondo como o principal antagonista do presidente Bolsonaro. O problema é que seu partido é tradicional aliado do PT, e Lula, mesmo na cadeia, vem falando em reeditar a candidatura de Haddad à presidente.

Divulgação

Trabalho não ajuda

O que joga contra Dino é o seu próprio trabalho no Maranhão, que não é bem avaliado. Em cinco anos, foram poucas as melhorias no estado, que passa por sérios problemas na área de saúde. Além disso, o PT no Maranhão é aliado tradicional do MDB de Sarney, poderoso chefão do estado. Sem o apoio do PT, uma candidatura do PCdoB não decola.

Arregaçando as mangas

Instagram

Em apenas cinco meses, os deputados da atual legislatura já apresentaram em torno de 2,9 mil projetos de lei. O número é 55% superior ao volume do ano passado, quando foram apresentados 1,8 mil projetos. O campeão de propostas é o deputado Célio Studart (PV-CE), que apresentou 129 projetos de lei.

 



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