As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, reagindo à escalada das tensões entre EUA e Coreia do Norte, que levou investidores a evitar ativos considerados mais arriscados, como ações, e a buscar segurança no iene, no ouro e nos bônus do governo japonês (JGBs). O mercado australiano, por outro lado, foi favorecido pelo bom desempenho de ações do setor bancário.

Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, retomou ameaças à Coreia do Norte ao dizer que Pyongyang poderá enfrentar “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Desde o começo do ano, o regime norte-coreano realizou uma série de testes com mísseis, os últimos dos quais com alcance intercontinental.

Em resposta a Trump, a Coreia do Norte anunciou que irá estudar cuidadosamente a possibilidade de um ataque com míssil a uma base militar dos EUA no território de Guam.

O índice japonês Nikkei liderou as perdas na Ásia, com queda de 1,29%, a maior desde o fim de março, e encerrou o pregão a 19.738,71 pontos. Influenciado pelo cenário geopolítico, o iene se fortaleceu ante o dólar durante a madrugada, pressionando ações de exportadoras negociadas em Tóquio.

A segunda maior perda foi da bolsa sul-coreana. O Kospi caiu 1,10% em Seul, a 2.368,39 pontos, pressionada em grande parte pela Samsung Electronics (-3%), que responde por mais de 20% do índice.

Na China, os mercados ficaram mistos, após a divulgação dos últimos dados de inflação do país. Em julho, a taxa anual de inflação ao consumidor chinês ficou em 1,4%, um pouco abaixo da previsão de analistas, de 1,5%, e a inflação ao produtor foi de 5,5%, em linha com as expectativas. O Xangai Composto recuou 0,19% hoje, a 3.275,57 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,34%, a 1.885,55 pontos.

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng caiu 0,35% em Hong Kong, a 27.757,09 pontos, enquanto o Taiex registrou perda de 0,93% em Taiwan, a 10.470,38 pontos, e o filipino PSEi ficou praticamente estável em Manila, com baixa de 0,01%, a 7.985,83 pontos.

Na Oceania, a Bolsa de Sydney ignorou o tom negativo da Ásia e voltou para o azul, após o Commonwealth Bank of Australia (CBA) maior banco australiano, divulgar resultados melhores do que o esperado no ano fiscal encerrado em junho. A ação do CBA, que nos últimos pregões ficou pressionada em meio a acusações de que o banco falhou no relato de casos de lavagem de dinheiro, subiu 0,57%. Já o índice australiano S&P/ASX 200 avançou 0,38%, a 5.765,70 pontos, impulsionado pelo CBA e por outros grandes bancos domésticos. Com informações da Dow Jones Newswires.