Uma campanha de coleta de assinaturas começou na Bolívia para pedir que o jornalista Wilson García Mérida possa retornar ao país, um ano depois de ter se refugiado no Brasil sob a acusação de fomentar revoltas.

“Começou a campanha com 1.000.000 de assinaturas pelo retorno de Wilson García, jornalista boliviano desterrado no Brasil há 400 dias”, informou Édgar Ramos, correspondente da organização Repórteres Sem Fronteira (RSF) em La Paz, em um comunicado.

Entretanto, um funcionário da RSF na América disse à AFP que sua organização acompanhou o caso de García, mas não é a promotora da campanha de coleta de assinaturas.

García saiu do país em maio de 2016, depois que o então ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, atual embaixador em Cuba, o processou por organizar motins.

Como editor do semanário “El Sol de Pando”, na região do norte do país, García acusou Quintana de estar relacionado com um poderoso narcotraficante do local e de ser o mentor de Gabriela Zapata, a ex-namorada do presidente Evo Morales, atualmente presa por enriquecimento ilícito.

A campanha pública, iniciada no domingo, “tem como objetivo o retorno, livre, do jornalista García, sobre quem pesa uma ordem de prisão do Ministério Público de La Paz”, disse Ramos.

Outros jornalistas também saíram do país, como Carlos Valverde, que revelou a relação de Zapata com Morales, e o peruano Wálter Chávez, ex-assessor de governo. Ambos estão na Argentina.