22/09/2017 - 18:00
Eduardo Cunha está cortando um dobrado para fechar sua delação premiada com a Lava Jato. O ex-deputado até ofereceu um invejável calhamaço de revelações, com mais de 100 anexos. Mas o material foi recusado, já que não incluiu seus próprios crimes, como exigem os promotores federais. Sem isso, as chances de um acordo são nulas. E, sem a delação, as penas que aguardam o “Caranguejo” são do “padrão Sérgio Cabral”.
Lava Jato
Vale sim!
O empenho de Lula em desqualificar Antônio Palocci, que negocia delação premiada com a Força Tarefa da Lava Jato, teve reação onde o ex-presidente menos esperava. Ao julgar um recurso em habeas corpus, a 5a Turma do STJ acabou de decidir que denúncias feitas por réu em acordo com a Justiça não podem ser desqualificadas pelo acusado de participação nos crimes. As provas serão colhidas e avaliadas no curso do processo. O caso envolvia um ex-prefeito do interior paulista. “A delação é meio de prova por levar ao processo informações que contribuirão para o juiz decidir o caso e a conduta do delatado”, acentuou o relator, ministro Jorge Mussi.
STF
Menos um
Em que pese a cena explícita de carinho de Gilmar Mendes beijando a cabeça da presidente Cármen Lúcia ao final da sessão em que o STF decidiu enviar à Câmara dos Deputados a denúncia contra Michel Temer, o placar de nove a um a favor da medida também indica tendência do ministro a ficar mais isolado entre os seus colegas. O pensamento comum ali é que as posições extremadas de Mendes acabam por afetar a imagem da Casa. Há 15 anos no tribunal, o único ministro com quem Gilmar não se chocou até hoje foi com o decano Celso de Mello.
Transportes
Dada a largada
Na terça-feira 26, a regulamentação do Uber será votada na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Tecnologia do Senado. Uma das propostas do relator Pedro Chaves (MS) é a identificação dos veículos com adesivos indicando o serviço, além do uso de placas vermelhas, como se vê nos táxis comuns e especiais. Se aprovado, o projeto terá de passar por mais duas comissões no Congresso: a de Infraestrutura e a de Assuntos Econômicos.
Hora H
Abre o olho, Maluf!
Depois de seis anos de muito bla-bla-blá, a 1ª Turma do STF marcou para terça-feira 26 o julgamento dos últimos recursos apresentados por Paulo Maluf nos processos em que é acusado de lavagem de dinheiro na Ilha Jersey. Dependendo do resultado, o deputado desde 2010 na lista da Interpol e já condenado a 8 anos de prisão em regime fechado, pode terminar o dia na cadeia.
Ga$tronomia
Mesas vazias
Quem frequenta os mais caros restaurantes de São Paulo e Rio de Janeiro tem ouvido discretos lamentos diante da crescente prisão de clientes endinheirados pelas operações de combate à corrupção. Num desses salões, na Zona Sul paulista, o impacto da reclusão imposta aos donos e executivos da JBS, por exemplo, foi estimado em “menos 80 couverts mensais”. Na carioca São Conrado, o “maître” contou à Coluna que o executivo que bebia bons vinhos agora se contenta em receber aos sábados, em sua confortável prisão domiciliar, o picadinho de sua preferência. As boas gorjetas secaram…
Indústria
Livre mercado
Uma missão com técnicos do governo federal e empresários prepara-se para ir aos EUA. Quer convencer os americanos a não aplicarem a chamada Resolução 232 ao Brasil. Se isso ocorrer, o aço será considerado produto de segurança nacional, dando respaldo a Donald Trump para aplicar medidas protecionistas às siderúrgicas locais, o que atingirá em cheio a nossa indústria. Com o mercado interno de veículos fraco e a construção civil quase no chão, as vendas de aço para o exterior cresceram 12,9% – últimos oito meses até agosto, versus igual período de 2016.
Negócios
Conversa bandida
É ingenuidade imaginar que os muitos larápios alcançados pelas operações de combate à corrupção tenham se purificado. Como continuam sendo o que sempre foram, surgiu entre eles um “mercado” de compra e venda de delações. Figuras que já estão com a corda do Ministério Público no pescoço têm cobrado “apoio financeiro” de antigos cúmplices, alegando despesas com advogados e familiares. Um deputado com diversos crimes ainda não expostos analisa a proposta de pagar R$ 2 milhões a um “preso amigo” para não ser denunciado. A um senador, na mesma situação, a oferta foi de R$ 3 milhões.
Medicamento
Nas cabeças
O clima seco nos últimos meses – em algumas regiões a umidade relativa do ar ficou abaixo de 30% (com registros mínimos inferior a 20%) – ajudou o descongestionante nasal Neosoro (Neoquímica) a ser o medicamento mais vendido em unidades no Brasil, de janeiro a agosto: 33,7 milhões. No mesmo período, em receita, o número 1 foi o analgésico e relaxante muscular Dorflex (Sanofi): R$ 323,3 milhões. Os dados são da Quintiles/IMS, que audita os negócios no setor farmacêutico.
Jogo
Via rede
Dia de Sorte é o nome da loteria que a CEF planeja lançar nos próximos meses, ao custo de R$ 2,00 por volante. O apostador escolherá sete números, de 1 a 31, e um mês do ano. Certeiras as opções leva o prêmio. Melhor que isso é a iminente abertura para arriscar nas loterias federais pela internet até dezembro. Cadastrado no site do banco, a pessoa escolherá um valor mínimo, talvez R$ 20, que será abatido nos jogos que fizer. A carga inicial – e demais – serão por cartões de pagamento eletrônico.
Política
Três em um
Brasil
Suas Excelências
Quando se discute os “riscos da judicialização da política”, muitos brasileiros, com razão, suspeitam estar ouvindo grego. Mas se souberem que o Supremo Tribunal Federal decidiu contratar 56 motoristas executivos, ao custo de R$ 5 milhões, entenderão a língua. Ela é falada por todo o Estado brasileiro, viciado em sangrar majestosamente o bolso do contribuinte. Os choferes, aliás, terão que usar paletós com três botões e seis bolsos”, como exige o edital. Ah, sim, suas calças “não poderão ter pregas”.
Redes Sociais
Amor sonoro
Até o domingo 24, nas redes sociais foram monitoradas histórias ocorridas no Rock in Rio. As 155 melhores, segundo avaliação de uma equipe do Itaú, ganharam um par de ingressos para a área vip, como a de dois jovens que ficarão noivos e vão se casar após o evento. Afinal, não havia cartório e nem padre na Cidade do Rock.