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O promotor de eventos Antonio Carlos Bellini Amorim, segundo a Polícia Federal, captou R$ 60 milhões por meio da Lei Rouanet, legislação que estimula a produção cultural em troca de incentivos fiscais. Teria reunido essa dinheirama valendo-se de projetos falsos, entre eles o que prometia investimentos em sinfonias, mas que acabou pagando a execução da música “Bara Bará, Bere Berê” no casamento de seu filho Felipe Amorim com a socialite Caroline Monteiro. Gosto musical não se discute, e todos merecem respeito. Mas gatunagem não se respeita não, e o lugar de quem a pratica é a cadeia. É onde Amorim pai, Amorim filho e demais familiares estão desde a terça-feira 28, quando foram presos em São Paulo na operação da PF denominada Boca Livre.

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Com parte da verba que teria sido obtida por meio do projeto “Caminhos sinfônicos”, Amorim fez a festa do filho e da nora num sofisticado clube da praia de Jurerê Internacional, ao norte de Florianópolis, na qual os 120 bocas livre foram embalados pelo cantor sertanejo Leo Rodrigues. Outros dez empresários, de acordo com a polícia, estão envolvidos em desvio de recursos advindos da Lei Rouanet: 250 propostas frias que lhes renderam R$ 180 milhões. Embora careça de controle mais rígido e público, a lei em si não tem culpa de nada. Culpado é quem faz uso torto dela.