O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal perderam juntas mais de R$ 3 bilhões com a queda das ações do frigorífico JBS, que tem como um dos sócios Joesley Batista, delator de denúncias contra o presidente Michel Temer. Os dois bancos públicos são os principais detentores de ações em circulação do frigorífico. O BNDES Participações possui 21,32% das ações ordinárias da JBS e a CEF, 4,92%.

Se incluídas as perdas com papéis da Petrobras e da Eletrobras neste ano, o saldo negativo supera R$ 8 bilhões, segundo estudo realizado pela consultoria Economatica.

Na análise, a consultoria considerou as informações declaradas pela JBS nos formulários de referência que divulga desde 2007, quando aderiu ao mercado de capitais. Nesses documentos, a empresa é obrigada a informar os acionistas que possuem participação superior a 5%.

Pelas contas da Economatica, o valor das ações da JBS pertencentes ao BNDES caiu de R$ 6,6 bilhões, no fim de 2016, para R$ 3,8 bilhões ontem, 23, o que demonstra perda de R$ 2,8 bilhões apenas neste ano. Já a participação de 9,7% na Petrobras, que também foi afetada pela instabilidade política gerada pela delação de Batista, gerou perda de R$ 2,57 bilhões ao BNDES – saldo da queda do valor da participação de R$ 20,3 bilhões, em 31 de dezembro de 2016, para R$ 17,7 bilhões, ontem. O banco ainda perdeu R$ 1,5 bilhão com a Eletrobras no mesmo período.

O estudo da Economatica revela ainda que a Caixa perdeu, em 2017, R$ 647 milhões com a JBS, R$ 615 milhões com a Petrobras e R$ 84 milhões com a Eletrobras. Procurados, Caixa e BNDES ainda não se posicionaram.

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