O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa já repetiu, por diversas vezes, que o maior problema dos questionamentos que estão sendo realizados agora é a sua retroatividade. O ex-ministro da presidente afastada Dilma Rousseff chegou a citar o atual dirigente da Fazenda, Henrique Meirelles, mais de uma vez. “Isso pode afetar o funcionamento do Estado brasileiro”, disse.

Em referencia ao governo atual, Barbosa afirmou que o ministério da Fazenda passou a sobrecarregar o Tribunal de Contas da União (TCU) e desvirtuar o papel da corte. “A atual gestão precisou perguntar ao TCU sobre a possibilidade de uma medida provisória para ajudar o Rio de Janeiro, por exemplo”, disse.

Ao responder questionamentos do senador Álvaro Dias (PV-PR) sobre a necessidade de “sepultar o sistema da manipulação de números que levou o País a essa crise”, Barbosa releu uma nota distribuída por Henrique Meirelles quando o Reino Unido decidiu pela saída da União Europeia. “Comparado com o passado, o Brasil se encontra hoje em situação mais robusta”, disse.

Também em referencia à atual gestão, Barbosa afirmou que a escolha de Meirelles por enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o teto do gasto público, não foi a melhor. “Acho uma PEC o instrumento errado para adequar os gastos públicos”, disse.

Barbosa disse ainda que o déficit fiscal de R$ 170,5 bilhões proposto pela nova equipe econômica e o de R$ 139 bilhões para 2017 é resultado dessa retroatividade, onde não se pode ter frustração de receitas como em sua gestão, quando ele precisou pedir ao Congresso Nacional uma alteração da meta fiscal.