Um balão com 50 metros de altura caiu sobre seis casas e assustou os moradores de Campinas, no interior de São Paulo, neste domingo, 19. O artefato estava aceso mas não chegou a causar incêndio. Um motociclista foi atropelado quando, supostamente, tentava resgatar o balão e está internado em estado grave. Oito pessoas, entre elas um soldado do Exército, foram presas quando também tentavam o resgate. Um segundo balão caiu em Jundiaí, sobre uma academia de ginástica. A soltura de balões é crime ambiental.

O balão gigante que despencou sobre as casas de Campinas foi solto na zona leste de São Paulo, com a vela acesa. O artefato percorreu mais de 100 quilômetros sobre áreas urbanas e de matas até atingir o bairro Jardim das Oliveiras, em Campinas. Ao se aproximar das casas, empurrado pelo vento, o artefato atingiu e derrubou um poste de iluminação e várias antenas de televisão. A grande manta colorida encobriu as casas.

O engenheiro civil Durval Domingues Nunes Filho, de 52 anos, que teve a casa atingida, contou à polícia que desligou o sistema elétrico e, com a ajuda de vizinhos, conseguiu apagar as chamas, antes que se espalhassem. “Estava com um amigo, subimos no telhado e usamos um esguicho para apagar a tocha. A Polícia Militar já estava seguindo o balão e também ajudou a controlar o fogo”, relatou.

Os policiais fizeram um cerco e prenderam oito suspeitos de estarem seguindo o balão para fazer o resgate, como é tradição entre os baloeiros. Um deles, de 20 anos, é soldado na 11a. Brigada de Infantaria Leve do Exército, em Campinas. Os detidos, entre eles dois homens de Teresópolis (RJ), negaram a soltura e, depois de ouvidos, foram libertados, mas responderão a processo.

Um motociclista de 22 anos foi atropelado quando seguia o balão. De acordo com a polícia, ele atravessou uma avenida sem olhar para os lados e foi colhido por um carro.

Jundiaí

Também no domingo, um balão com cerca de 30 metros sobrevoou a cidade de Jundiaí e caiu na Vila Hortolândia, na fachada de uma academia de ginástica. O balão, que tinha uma bandeira pendurada, caiu com a tocha acesa, mas a Guarda Municipal, que acompanhava a trajetória, apagou rapidamente o fogo. O artefato tinha a assinatura da “Turma Panteras”, de baloeiros de Guarulhos. No sábado, um balão de 20 metros caiu em uma chácara de Jarinu, cidade da região.

De acordo com a GM de Jundiaí, os baloeiros combinam os encontros para construir e soltar balões pelo aplicativo Whatsapp e muitos se deslocam de cidades distantes, até de outros Estados. No carnaval, a atividade se intensifica. Além do risco de incêndio, os balões ameaçam o tráfego aéreo. Soltar, fabricar ou vender balões é crime ambiental, com pena prevista de um a três anos de prisão. O infrator fica sujeito ainda a uma multa de R$ 7,5 mil.