A atividade econômica iniciou o primeiro mês do terceiro trimestre com modesta queda. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), houve recuo de 0,1% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal. Em relação ao sétimo mês de 2015, contudo, o índice mostra que a atividade teve contração de 3,2%. No acumulado do ano até julho, a atividade econômica apresenta declínio de 4,4%.

O recuo da economia no sétimo mês de 2016 reforça a percepção de que a recessão pode se estender por mais um trimestre, antes de sinalizar estabilização, conforme a Serasa. De acordo com a entidade, o avanço do desemprego e a inflação e os juros elevados continuam afetando negativamente a atividade econômica.

Sob a ótica da oferta, a agropecuária teve queda de 1,5% em julho, depois de retração de 1,6% em junho. Já o setor industrial registrou contração de 1,4%, após crescimento de 1,9% no sexto mês de 2016. O único segmento a apresentar alta foi o de serviços, de 0,3%, na comparação com crescimento 0,2% anteriormente.

Já do lado da demanda, todos os componentes da atividade recuaram, conforme a Serasa. Depois de expansão de 0,3% em junho, o consumo das famílias caiu 0,7% no mês seguinte. O mesmo ocorreu com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicativo de investimentos. A FBCF teve queda de 2,3% em julho, depois de subir 6,4% em junho. “Com alta de 4,9% nas exportações e queda de 6,9% das importações, estes componentes do setor externo evitaram um recuo ainda maior da atividade econômica em julho”, segundo a instituição.

A despeito da queda da economia apurada pela Serasa Experian em julho, o economista-chefe Luiz Rabi avalia que a recessão pode estar perdendo fôlego, como indicam alguns segmentos da economia, como a parte de investimentos e o setor externo. “É algo que ajuda a amenizar a recessão. De repente, o PIB do terceiro trimestre pode ficar no zero a zero”, estimou, ao referir-se à volta dos investimentos para o campo positivo no segundo trimestre.

Naquele período ante o anterior, a FBCF cresceu 0,4%, após dez trimestres de retração, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Rabi, se a atividade econômica em agosto e setembro não cair na margem, reforçará a previsão de fim da recessão no terceiro trimestre. No segundo trimestre de 2016, o PIB caiu 0,6%, conforme o IBGE. O resultado do PIB do terceiro trimestre será conhecido no dia 30 de novembro.