Quarenta e oito soldados morreram e outros 84 ficaram feridos neste domingo em Aden, a segunda maior cidade do Iêmen, em um atentado suicida reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Este foi o terceiro ataque do tipo em menos de quatro meses na grande cidade portuária do sul do país. Todos foram reivindicados pelo EI.

Neste domingo, um homem-bomba detonou sua carga explosiva no momento em que os soldados estavam em uma fila para receber os salários em uma base ao nordeste de Aden.

O homem-bomba se misturou entre os soldados diante da residência de um comandante militar perto da base de Al-Sawlaban, que fica no bairro de Al-Arish, antes de executar o atentado.

“O criminoso se dirigiu aos soldados reunidos diante da residência, em uma área aberta e sem segurança”, afirmou uma fonte militar.

Após o ataque era possível observar as manchas de sangue no chão, assim como pedaços de calçados e de roupas.

O EI afirmou em um comunicado divulgado no Twitter que “o mártir Abu Hashem al-Radfani conseguiu superar os controles de segurança e detonar o cinturão de explosivas em meio a uma concentração de membros das forças de segurança iemenitas”.

No dia 10 de dezembro, a cidade foi cenário de outro ataque parecido, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), que matou 48 soldados, que também estavam na fila para receber o salário.

Em 29 de agosto, um terrorista ao volante de um carro-bomba avançou contra um grupo de jovens recrutas do exército em Aden. O atentado deixou 71 mortos e também foi reivindicado pelo EI.

A Al-Qaeda e o EI aproveitam o caos provocado pela guerra no Iêmen para multiplicar suas ações, sobretudo contra as forças do governo.

As autoridades têm problemas para manter a segurança nas áreas sob seu controle e para recrutar jovens soldados.

Na quinta-feira, a Al-Qaeda no Iêmen se distanciou do atentado de 10 de dezembro, ao afirmar que o EI é um grupo “marginal” que buscava “semear a discórdia” entre as tribos e a Al-Qaeda.

As forças governamentais iemenitas, apoiadas desde março de 2015 por uma coalizão militar árabe, enfrentam simultaneamente os rebeldes xiitas huthis, que controlam uma parte do território, incluindo a capital Sanaa (norte), e grupos extremistas presentes no sul e sudeste do país.

O conflito do Iêmen deixou mais de 7.000 mortos e quase 37.000 feridos em quase 21 meses, segundo a ONU.

Até o momento, todas as tentativas de solucionar o conflito com negociações resultaram em fracasso.