MILÃO E PARIS, 25 ABR (ANSA) – O francês Vincent Bollorè teve seu mandato à frente da Vivendi renovado por mais quatro anos nesta terça-feira (25) durante a reunião da assembleia dos acionistas em Paris. Bollorè obteve 82,12% dos votos, mesmo com a contra-indicação de dois proxy advisor (consultores em matéria de votação).   

“Nada mal”, disse o presidente e primeiro acionista do grupo assim que o resultado sobre sua nova eleição apareceu para todos os presentes na assembleia. Além dele, seu filho, Yannick Bollorè, foi cooptado com 71,52% para o conselho de supervisão da companhia francesa.   

A assembleia ainda aprovou, com 99% dos votos, o orçamento de 2016 e mais duas medidas: a distribuição dos dividendos entre os sócios e a proposta de remuneração do presidente da Vivendi.   

Durante o evento, estavam presentes os dirigentes da Telecom Italia, Giuseppe Recchi e Flavio Cattaneo. “Estamos ao lado da Telecom para reforçá-los ainda mais”, disse o responsável pelo grupo francês, Arnaud de Puyfontaine. Atualmente, a marca francesa é a maior acionista na empresa italiana.   

– Mediaset e Vivendi: Durante uma coletiva de imprensa, Bollorè e De Puyfontaine foram questionados sobre a questão que envolve a Vivendi e o grupo italiano Mediaset, controlado pela Fininvest, holding da família de Silvio Berlusconi.   

Recentemente, a Autoridade para as Garantias nas Comunicações da Itália (Agcom) determinou que a empresa francesa abrisse mão de suas ações na Mediaset ou na Telecom Italia por conta de uma suposta violação da chamada “Lei Gasparri”, que limita o teto de investimentos que cada empresa pode ter no controle do setor de mídia e comunicação.   

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“Na Itália é complicado, mas podemos fazer melhor. E respeitaremos o pronunciamento da Agcom, mesmo se não o entendemos. A Lei Gasparri diz que não podemos ter duas sociedades, Mediaset e Telecom. Não entendemos como poderíamos assumir o controle da Mediaset se ela é controlada pela família Berlusconi”, disse Bollorè.   

O líder da Vivendi ressaltou, no entanto, que “irá se adaptar claramente a tudo que for pedido”. Já De Puyfontaine afirmou que a Vivendi “fará algumas propostas sobre as medidas corretivas em seu devido tempo” à Agcom.   

“Com a Mediaset, não começamos muito bem, mas o nosso objetivo é criar uma relação construtiva e perene”, disse o número 2 da Vivendi.   

A briga entre Vivendi e Mediaset começou nos primeiros meses do ano passado, quando houve problemas na finalização do contrato de venda do segmento Premium da marca italiana para os franceses. Enquanto a Fininvest abriu processos contra a Vivendi por danos financeiros e por considerar que os franceses fizeram uma compra agressiva de ações para “desvalorizar” a companhia italiana.   

Por sua vez, a empresa de Bollorè pedindo ressarcimento de danos por fazer uma “propagando midiática difamatória” contra o grupo francês. (ANSA)


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