SÃO PAULO E NOVA YORK, 18 SET (ANSA) – Em meio à tensão com a Coreia do Norte e as crises de refugiados, as Nações Unidas organizam sua 72ª Assembleia Geral a partir desta terça-feira (19) – em um evento que contará ainda com a estreia dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron.   

O líder de Washington sempre foi um duro crítico da ONU, chamando a reunião entre os chefes de Estado e de governo como um “clube” que só fala e não atua, e nesta segunda-feira (18), ele voltou a dar seu recado.   

“Fazer as Nações Unidas grande de novo”, disse sobre seu discurso de amanhã, parafraseando seu slogan durante a campanha presidencial.   

“Acho que a mensagem principal seja essa. O encontro deve ser muito bom. Encontrei uma porção de pessoas com as quais conversei nos últimos nove meses. As Nações Unidas tem um enorme potencial e veremos que soluções encontraremos”, afirmou em coletiva aos jornalistas.   

Ele ainda afirmou que seu governo está “disposto a reformar a ONU”, que “nasceu com princípios nobres, mas com a burocracia e gestões duras, ela limita seu potencial”.   

Oposto a Trump, e logo na sequência do chefe de Estado norte-americano, o palanque da Assembleia Geral receberá o presidente Emmanuel Macron, que também estreia no local e que deve fazer um discurso “anti-Trump” – defendendo o Acordo do Clima de Paris, o livre-comércio e criticando as posturas de “ataque” do norte-americano contra os “adversários”.   

– Brasil abre: Como é tradição desde 1940, o presidente do Brasil abre a fase de discursos do encontro, que segue até o dia 25.   

Em um artigo assinado no jornal “O Globo” e republicado pelo Portal do Planalto, Michel Temer afirmou que levará para o plenário “boas notícias”. “Os primeiros dados disponíveis para o último ano indicam queda de 20% do desmatamento da Amazônia”, publicou Temer.   

Segundo o Planalto, o discurso de Temer reforçará o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e levará o debate “sobre os valores fundamentais da sociedade brasileira, como a democracia e os direitos humanos”.   

– Pautas: A crise na Coreia do Norte, que elevou o temor de uma guerra nuclear na Ásia, será um dos principais temas de debates durante os dias de conversas entre os líderes mundiais e espera-se que os norte-americanos voltem a fazer pressão para medidas mais duras contra Pyongyang.   

Ainda na questão nuclear, é esperado que os 122 países que assinaram um acordo que visa proibir o desenvolvimento, uso e a produção de armas do tipo. O documento não foi firmado por nenhum dos países que mantém ou produzem esses armamentos.   

Outro foco será a crise refugiados que atinge a Europa. No entanto, a fuga de milhares de muçulmanos rohingyas de Myanmar para Bangladesh também deverá roubar a cena.   

Na questão do terrorismo, os esforços sobre a guerra na Síria devem entrar em pauta, opondo mais uma vez os norte-americanos com os demais maiores aliados.   

Na América Latina, a crise político-econômica na Venezuela deve ser o destaque nos discursos latinos. Apesar dos presidentes de Venezuela, Argentina e Cuba não irem se pronunciar no local, o tema deve ser um ponto em comum nos discursos. (ANSA)