Os cabelos podem estar brancos ou mesmo faltando, mas Roger Daltrey, 73, e Pete Townshend, 72, membros originais do The Who, não estão nem aí: fazem um show rock’n’roll de dar inveja a muito novinho. Na sexta-feira, 11, o jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a última apresentação da primeira residência de uma banda de rock em Las Vegas, um cenário normalmente dominado por divas pop como Celine Dion e Mariah Carey, para ter uma ideia do que vai ser apresentado no Brasil, onde The Who se apresenta em São Paulo (21/9), Rio (23/9) e Porto Alegre (26/9), sempre para grandes públicos.

Com seus 4.300 lugares, o Colosseum, em Las Vegas, não é páreo para o Allianz Parque, em São Paulo, que comporta 55 mil espectadores e é palco do festival São Paulo Trip, que também tem Bon Jovi, Aerosmith e Guns n’Roses, entre outros. A estrutura de luz, som e telões, portanto, foi menor em Las Vegas. Mas deu para ter uma ideia boa do que o público brasileiro vai ver: uma banda cheia de energia, capaz de levantar até a plateia mais conservadora.

O show começou com Who Are You – nada mais justo, já que a música era o tema de abertura da série CSI, ambientada em Las Vegas. A partir daí, não faltaram hits dos impressionantes 52 anos de carreira do The Who, como The Kids Are Alright, My Generation e Baba O’Riley.

A banda, hoje formada por Daltrey, Townshend, o baixista Jon Button no baixo e Richard Starkey, filho de Ringo Starr, dos Beatles, na bateria, também tocou várias faixas das óperas-rock Tommy, como Sparks, Amazing Journey e Pinball Wizard, e Quadrophenia, entre elas I’m One, The Punk and the Godfather, Drowned e Love, Reign o’er Me. Como as apresentações no Brasil são as primeiras da história da banda, o set list também deve ser recheado de sucessos.

Além de Button e Starkey, a banda de apoio conta com John Corey e Loren Gold nos teclados, Frank Simes nos teclados, percussão e banjo e Simon Townshend, irmão de Pete, na guitarra. Mas a alma, claro, está em Pete Townshend e Roger Daltrey.

Townshend está em forma na guitarra, usando movimentos clássicos como o moinho e fazendo comentários sarcásticos entre as canções. Daltrey se desculpou por estar sofrendo um pouco com a secura do deserto, mas ainda assim alcançou notas bem altas.

Os dois também trocaram confetes a noite inteira. “Pete escrevia o que eu cantava, não tinha ideia do que as músicas falavam”, disse Daltrey, modestamente. Ao fim do show, agradeceu a Townshend por estar ali e não ser crooner em algum lugar da Inglaterra. “Seria bem mais fácil”, afirmou.

O guitarrista retribuiu dizendo que ninguém canta melhor suas canções do que Daltrey. Townshend também disse obrigado à plateia por gastar parte de seu suado dinheiro em ingressos para o show.

Os ingressos inteiros para a noite do The Who no festival São Paulo Trip custam entre R$ 300 e R$ 780 e estão à venda no www.ingressorapido.com.br e no Teatro TUCA. Mais informações no site www.saopaulotrip.com.br.