ROMA, 25 ABR (ANSA) – Na última sexta-feira, dia 21, a cidade de Roma completou 2.770 anos de história. E é no Arquivo Histórico Capitolino que os últimos cinco séculos de memória da capital italiana estão guardados. A instituição recolhe toda a documentação produzida pela Administração do município desde o século 16 e principalmente até o século 20, entre mapas do zoneamento da cidade do final de 1800, figuras e desenhos de como Roma era através dos anos, projetos para a modificação das margens do rio Tibre, pedidos para variações estruturais de edifícios e documentos com os valores dos salários dos funcionários da Prefeitura junto aos seus nomes. Até 1922, todo esse material era conservado no Campidoglio, sede da Prefeitura de Roma. Depois desse período, no entanto, ele foi transferido para o complexo monumental do Oratório dei Filippini. No edifício, considerado um símbolo da arquitetura italiana do século 17, os documentos históricos ocupam todo o prédio.   

O patrimônio do arquivo, o maior de Roma, é de aproximadamente 55 mil unidades de arquivamento com uma extensão linear de 8 quilômetros. No local, estão conservados mais de 200 desenhos, plantas de construções e pergaminhos dos séculos 11 ao 18. O Arquivo também conta com várias divisões e subdivisões, como o Archivio della Camera Capitolina, que armazena documentos e decretos que narram um pouco sobre a vida da capital italiana entre 1515 e 1847. No Oratório dei Filippini também se encontra o Archivio Protonotaro del Senatore que conta, por exemplo, com documentos que informam atos e ações da Chancelaria italiana e atividades de tribunais da cidade. A memória de Roma também é armazenada pelo Archivio Comune Pontificio, que tem uma documentação que testemunha as novas competências assumidas pela Prefeitura da cidade após a reforma institucional do papa Pio IX, entre os anos de 1847 e 1870. No Arquivo Histórico Capitolino também se encontra o Archivio Postunitario – que documenta o cotidiano de Roma depois de 1871, quando o município se tornou verdadeiramente a capital da Itália unificada, com a papelada de vários políticos, entre deputados e prefeitos – e o Archivio Notarile Urbano, que guarda até hoje cópias autenticadas de atos notariais da cidade de 1348 até 1871. A história de Roma também pode ser contada também pelos vários arquivos de famílias romanas, como a dos Orsini e a dos Capranica, pela Biblioteca Romana e pela Hemeroteca Romana, que fazem parte do Arquivo Histórico Capitolino.   

Um dos assuntos que aparecem em abundância nos arquivos de Roma são a da limpeza da cidade, que há séculos é considerado um aspecto fundamental do município. Os primeiros documentos que tratam da limpeza da capital são ainda da primeira metade do século 16 e seguem até à metade do século 19, o que mostra que o problema da sujeira em Roma é antigo e nunca foi de fácil solução.   

O decreto do cardeal Antonio Barberini de 13 de abril de 1669, por exemplo, ordena que “as ruas e praças de Roma sejam limpas da sujeira, da poeira e de outras imundices” e que “expressamente se comanda que todos os artistas, comerciantes e qualquer outra pessoa […] deverão rapidamente varrer a sujeira dos seus edifícios, casas, pátios, jardins e lojas”. (ANSA)


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