Depois de vários atentados terroristas que assustaram a França nestes últimos anos, a organização de Roland Garros manteve o nível de segurança elevado pelo segundo ano consecutivo. O complexo onde é disputado o Grand Slam francês é cercado por seguranças e barreiras de parada para revistas de fãs de tênis, jornalistas e até de membros da organização do torneio.

O nível de segurança foi ampliado inicialmente para a edição 2016 da competição, na esteira dos atentados que vinham causando medo em Paris e no interior do país. Para este ano, a mesma estrutura foi mantida. A organização de Roland Garros não revela medidas adicionais e nem o número de pessoas envolvidas na ação, alegando justamente questões de segurança.

Para entrar no complexo, vindo da estação de metrô mais próxima (Porte D’Auteuil), o torcedor deve passar por ao menos três barreiras, nas quais deve abrir mochilas e bolsas e ainda passar por revista manual e com detector de metais. O mesmo vale para os jornalistas, obrigados a uma revista extra, na porta de entrada, em razão dos aparelhos eletrônicos que carregam para realizar seus trabalhos.

Grades de metal, vestidas com tecido verde escuro e o símbolo de Roland Garros, delimitam a entrada das pessoas, enquanto caixas de som espalhadas pelas ruas vizinhas explicam os procedimentos de segurança e pedem a compreensão do público, que parece não reclamar da rigidez do controle. Para efeito de comparação, a entrada nos jogos da Copa do Mundo de 2014 em São Paulo tinha menos paradas para revistas e checagem de bolsas.

Dentro do complexo, os seguranças são menos visíveis e o clima é de tranquilidade, apesar de um susto ocorrido na quarta-feira passada. A organização fechou rapidamente uma passagem ao lado da quadra Philippe Chatrier, a maior e mais importante do complexo, devido a uma mala esquecida no local. O trecho por onde passam fãs e jornalistas ficou interditado por poucos minutos e não chegou a afetar a partida entre a espanhola Garbiñe Muguruza e a estoniana Anett Kontaveit, que era disputada na quadra principal.

Mesmo admitindo que não gosta de ser acompanhado por seguranças, o espanhol Rafael Nadal disse compreender a rigidez do controle em Roland Garros. “Sou o tipo de pessoa que não gosta de estar cercado por seguranças. Mas, num grande evento como esse, é importante tomar as medidas corretas de segurança para todo o público, para os jogadores, para todo mundo ficar seguro”, afirmou o maior campeão da história do torneio parisiense, com nove títulos.

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A rigidez no controle em Roland Garros não é por acaso. A França sofreu pelo menos dez atentados terroristas desde o início de 2015, a partir do ataque ao jornal Charlie Hebdo. Em novembro do mesmo ano, Paris voltou ao noticiário mundial por causa dos ataques à casa de shows Bataclan e à vizinhança do Stade de France. No total, 130 pessoas morreram.

O Estado Islâmico reivindicou os ataques, assim como fez em abril deste ano, quando um tiroteio na Avenida Champs-Élysées, a mais famosa rua parisiense, voltou a assustar os franceses. Um policial e o próprio atirador morreram no local.


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