Depois de a Polícia Militar ter admitido na última segunda-feira que parte dos agentes do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) teve dificuldade para sair do quartel para trabalhar no clássico do último domingo, entre Botafogo e Flamengo, no Engenhão, por causa do protesto dos familiares dos PMs, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) soltou nota oficial para informar que havia recebido as “garantias” de segurança para realização da partida, que aconteceu após uma série de lamentáveis episódios de violência nos arredores do estádio.

Antes do confronto, torcedores dos dois times entraram em um conflito que teve até bombas e tiros, sendo que um deles resultou na morte do botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos. Um caos foi visto do lado de fora do Engenhão e, além da morte do torcedor baleado, outros ficaram feridos antes do clássico válido pelo Campeonato Carioca.

A Ferj demorou para se pronunciar a respeito dos episódios de violência, mas ressaltou, por meio de nota oficial, “que foram obedecidos os procedimentos de planejamento para o clássico do Campeonato Carioca” depois de ter realizado uma reunião antes do confronto com representantes de clubes, Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, CET-Rio, Juizado do Torcedor e Polícia Civil.

“Em relação ao jogo Botafogo x Flamengo cumpriu-se rigorosamente todo o protocolo, cujo resumo das decisões encontra-se lavrado em ata, publicada no website da FERJ. Apesar do entendimento, por questões óbvias, de que cabe à Polícia Militar, no que lhe compete, a palavra final e decisão sobre questões de segurança, o plano de ação para a partida foi referendado por todos os presentes”, informou a Ferj na nota que divulgou em seu site oficial.

Em seguida, a entidade informou que o seu diretor de competições, Marcelo Vianna, entrou em contato com os responsáveis pelo policiamento interno e externo do Engenhão no dia do clássico, “diante da preocupação de possíveis manifestações e posteriormente dos relatos de distúrbios fora do Estádio Nilton Santos”, quando, segundo a Ferj, o dirigente foi “cientificado da existência de garantias e condições para a realização da partida”.

Já ao falar mais especificamente sobre a morte do torcedor botafoguense Diego Silva dos Santos, a entidade que comanda o futebol carioca adotou um tom de lamentação pela repetição de mais um dos muitos episódios de violência que acabaram em tragédia, mas não apontou nenhum tipo de possível solução ou medida para coibir a ocorrência deste problema novamente e também não anunciou qualquer punição ao Flamengo ou ao Botafogo após os conflitos envolvendo torcedores dos dois clubes.

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“A FERJ esclarece que no interior do estádio a partida transcorreu em clima desportivo, sem registros policiais, mas lamenta e repudia os episódios de violência fora das dependências do Estádio Nilton Santos, fatos contra os quais clama por solução há vários anos e que infelizmente contabiliza vítimas da barbárie que não pode ser atribuída a nenhum torcedor, como o óbito ontem (domingo) ocorrido”, ressaltou a Ferj ao encerrar a sua nota oficial divulgada na última segunda.

Por causa dos grandes conflitos nas imediações do Engenhão antes do clássico, o vice-presidente do Botafogo, Luiz Fernando Santos, chegou a defender o adiamento da partida por temer pela segurança dos torcedores. Porém, o duelo acabou sendo realizado normalmente na noite de domingo, quando o Flamengo venceu os botafoguenses por 2 a 1 e encerrou as chances de os rivais se classificar para as semifinais da Taça Guanabara, a primeira fase do Campeonato Carioca.


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