Chegou ao fim nesta terça-feira a passagem relâmpago de Sam Allardyce pelo comando da seleção inglesa. Um dia depois de estourar o escândalo no qual foi flagrado falando sobre formas de burlar as regras para transferências de jogadores no país, o treinador não resistiu à pressão e chegou a um acordo com a Associação de Futebol da Inglaterra (FA) para deixar o cargo.

“A conduta de Allardyce, como dissemos hoje, foi inapropriada para um técnico da Inglaterra. Ele aceita que cometeu um erro significativo de julgamento e se desculpou. No entanto, diante da natureza séria de suas ações, a FA e Allardyce concordaram mutuamente em encerrar seu contrato com efeito imediato”, anunciou a entidade em comunicado.

Na última segunda, o jornal “The Telegraph” divulgou um vídeo no qual Allardyce aceitava dinheiro para ajudar uma empresa asiática – fictícia, inventada pelo veículo – a burlar regras sobre transferências de jogadores no país.

Com uma câmera escondida, os repórteres do “The Telegraph” filmaram uma negociação com Allardyce, que receberia 400 mil libras (cerca R$ 1,68 milhão) para isso. Mas desde 2008, a FA proíbe que empresas comprem parte dos direitos econômicos de atletas.

O treinador tentou tirar o peso de suas ações nesta terça, mas admitiu o erro. “Esta tarde, me encontrei com dirigentes da FA e ofereci uma desculpa sincera e do fundo do coração por minhas ações. Por mais que tenha ficado claro durante as conversas gravadas que qualquer acordo proposto precisaria do apoio da FA, eu reconheço que fiz alguns comentários que causaram desconforto”, disse em comunicado.

Allardyce garantiu que cooperou com a investigação da entidade e manifestou seu arrependimento. “Como parte da reunião de hoje, me pediram para esclarecer o que disse e o contexto no qual as conversas aconteceram. Eu cooperei totalmente com este objetivo. Eu também me arrependo dos meus comentários em consideração às outras pessoas.”

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A denúncia custou o emprego de Sam Allardyce, que assumiu o comando da seleção inglesa em julho e liderou em somente uma partida, contra a Eslováquia, no início do mês. Com passagens por clubes como Bolton, Newcastle, Blackburn, West Ham e Sunderland, o treinador havia sido escolhido para ocupar o lugar de Roy Hodgson, que foi demitido depois da eliminação da equipe pela Islândia na Eurocopa.

A FA se apressou em comunicar que não terá pressa para definir o substituto e que o auxiliar Gareth Southgate assumirá o comando interino para as próximas quatro partidas, contra Malta, Eslovênia e Escócia, pelas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2018, e Espanha, em amistoso.

“Esta não foi uma decisão tomada levianamente, mas a prioridade da FA é proteger o maior interesse do jogo e manter os padrões mais altos de conduta no futebol. Ser técnico da seleção inglesa é uma posição que demonstra forte liderança e respeito pela integridade do jogo o tempo todo”, justificou a FA.


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