NOVA YORK E SÃO PAULO, 15 AGO (ANSA) – Após a ausência de uma dura condenação contra a manifestação de supremacistas brancos e neonazistas em Charlottesville, três executivos anunciaram sua saída do comitê de conselheiros de negócios criado por Donald Trump na Casa Branca.   

O primeiro a anunciar a saída foi o CEO da companhia farmacêutica Merck, Ken Frazier, que afirmou que “todo precisamos rejeitar o ódio e a intolerância” e “sinto que tenho a responsabilidade de me posicionar” contra isso.   

Poucas horas depois, o CEO da marca esportiva Under Amour, Kevin Plank, seguiu o mesmo caminho. Após afirmar que “agradece a oportunidade de servir” o país, ele decidiu deixar o conselho.   

“Eu amo nosso país e nossa empresa. Eu estou saindo do conselho para focar no poder de inspiração e união através do esporte, que promove unidade, diversidade e inclusão”, escreveu Plank em uma nota publicada no site da empresa.   

O terceiro a anunciar que estava deixando o comitê dos executivos foi o CEO da empresa de tecnologia Intel, Brian Krzanich. “Eu desisti de chamar a atenção para os sérios problemas que nosso clima de divisão político está causando, incluindo as sérias necessidades do declínio da produção americana”, escreveu Krzanich.   

As reações vieram após as críticas “amenas” de Trump contra a manifestação na cidade de Charlottesville, no último sábado (12), onde uma pessoa morreu. Por horas, o presidente – famoso por se manifestar rapidamente nas redes sociais – não falou nada sobre os confrontos entre grupos de supremacia branca e neonazistas e pessoas que se organizaram para barrar a manifestação considerada extremamente racista.   

Quando o fez, Trump falou de “múltiplas visões” e de que todos precisavam ficar unidos – sem citar os nomes do grupos que causaram a confusão.   

Apenas nesta segunda-feira (14), em um pronunciamento, o republicano afirmou que “o racismo é malvado, e aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o KKK [Klu Klux Klan], neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos de ódio são repugnantes”. No entanto, as críticas por um falta de condenação forte vieram de todos os lados – desde a já crítica mídia norte-americana até aliados como inúmeros deputados e senadores republicanos.   

O Comitê Estratégico e de Políticas foi criado por Trump ainda antes de assumir seu mandato como presidente, em dezembro de 2016, e tem o objetivo de criar uma espécie de fórum com os principais líderes empresariais de diversos setores da economia norte-americana.   

Entre as missões, estão debates para a retomada econômica e para a geração de novos empregos. (ANSA)