“O governo Temer não tem descuidado do contato com o Congresso. Isso é importante”
O presidente da República Michel Temer

Um dia depois do pedido de demissão de Marcelo Calero e após o ex-ministro da Cultura denunciar as pressões de Geddel Vieira Lima para mudar o parecer do IPhan no imóvel de luxo na Bahia, o presidente Michel Temer se reuniu no sábado 19, em seu escritório em São Paulo com integrantes do grupo de comunicação e amigos do presidente que periodicamente o aconselham. A reunião foi marcada de sexta para sábado.

Estavam na reunião com Temer o advogado Jose Yunes, assessor especial da presidência da República e o presidente do PMDB municipal, o consultor político Gaudêncio Torquato, o consultor de marketing político Chico Santa Rita, o cientista político e consultor Rubens Figueiredo, Ruy Martins Altenfelder Silva, do CIEE. De Recife, o cientista político Antonio Lavareda deu contribuições a Temer por skype.

Durante o encontro, houve quem sugerisse a demissão do ministro Geddel Vieira Lima. Mas, a maioria avaliou que a importância de Geddel para o projeto do governo e de aprovação das reformas se sobrepunha ao conteúdo das denúncias de tráfico de influência e as pressões por interesses privados. “Ninguém supunha estes desdobramentos”, diz um interlocutor, reservadamente.Niguém previu o depoimento de Calero à Polícia Federal acusando Temer de pressioná-lo e a informação sobre as gravações.

“Se a reunião tivesse ocorrido depois, haveria um aconselhamento para a demissão imediata”, diz outro aliado do presidente. “Uma questão é a política real, que supera a comunicação e a questão da imagem do governo. Naquele dia, era preciso analisar a importância de uma pessoa para um cargo, para o projeto do governo e a situação com o congresso.” Os próximos passos dependerão do teor da gravação da conversa de Temer e Calero, em poder da Polícia Federal.