Os indígenas e os idosos estão entre os grupos com maior índice de suicídios no Brasil, onde o número de pessoas que tiraram a própria vida aumentou 11% de 2011 a 2015, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Os registros de suicídio passaram de 10.490 em 2011 a 11.736 em 2015, afirma o estudo, o primeiro do gênero realizado pelo Ministério da Saúde. O índice passou nesse período de 5,3 a 5,7 casos por cada 100.000 habitantes.

O aumento se deve, em parte, à melhora do sistema de estatísticas. Também influenciam o aumento da população no país, hoje com 208 milhões de habitantes. Além disso, o índice se situa muito abaixo da média mundial, de 10,7/100.000, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Nos comprometemos perante a OMS a reduzir em 10% o número de casos antes de 2020. Para isso, temos que agir rapidamente e sobretudo nas áreas com maior risco”, afirmou Fátima Marinho, diretora do serviço ministerial de doenças não transmissíveis.

A identificação social ou regional parece surgir das mesmas estatísticas.

Mais de três quartos (79%) das pessoas que se suicidaram nesse período eram homens, enquanto 64% eram pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas.

O índice médio de suicídios entre pessoas de mais de 70 anos no período 2011-2016 foi de 8,7/100.000, em comparação com 5,5 em nível nacional.

Entre os indígenas (0,4% da população), o indicador se elevou a 15,2/100.000, em comparação com 5,9/100.000 entre os brancos e 4,7/100.000 na população negra.

Um total de 62% das 62.804 pessoas que se suicidaram entre 2011 e 2016 se enforcaram.

O governo federal lançou, no início do mês, uma campanha de prevenção do suicídio, com o lema “falar é a melhor solução”.

Segundo a OMS, cerca de 800.000 pessoas se suicidam por ano no mundo, o equivalente a uma a cada 40 segundos.