Mais uma vez o mercado de câmbio brasileiro teve um dia bastante volátil. Na manhã desta sexta-feira, 28, a moeda subiu forte e superou R$ 3,21 no spot. Passada a definição da Ptax, no início da tarde, e à medida que os receios com a greve geral iam se dissipando, o dólar passou a cair, em linha com o enfraquecimento da moeda no exterior e também com um movimento de correção, após três altas seguidas.

O dólar à vista no balcão fechou em queda de 0,10%, a R$ 3,1787, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1707 (-0,35%) e a máxima de R$ 3,2142 (+1,02%). O pico do dia marcou o maior patamar intraday desde 19 de janeiro (R$ 3,2296). Nas três sessões anteriores, o dólar havia acumulado alta de 1,76%. O volume de negócios registrado na clearing da B3 somou US$ 1,728 bilhão hoje. Na semana, o dólar subiu 0,74%, enquanto no mês de abril avançou 1,59%.

Por volta das 17h15, o dólar futuro para maio recuava 0,20%, a R$ 3,2045. O giro era de US$ 19,022 bilhões. A divisa norte-americana tinha um desempenho misto em relação a outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, subindo 0,31% na comparação com o rand sul-africano, mas caindo 0,98% frente ao peso mexicano.

Com a briga pela Ptax, o dólar subiu forte pela manhã, mas já no início da tarde começou a perder fôlego. “Aproveitaram a questão da greve e da cautela com o feriado prolongado do Dia do Trabalho e puxaram as cotações para cima de manhã, mas passada a Ptax houve uma maior calma no mercado”, comenta o operador de uma corretora paulista. Na Europa, a maioria dos mercados também estará fechada na segunda-feira, mas nos EUA o pregão será normal.

A greve geral organizada por centrais sindicais nesta sexta-feira não afetou diretamente as mesas de operação e os mercados domésticos tiveram um dia normal de pregão. No governo, fontes do Palácio do Planalto consideraram que a adesão ao movimento foi baixa e o ministro da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, que havia ficado em Brasília e poderia fazer um balanço público no fim do dia, desistiu da ideia e já viajou para o Rio de Janeiro. O presidente Michel Temer continua em Brasília. Consultorias políticas, como a Arko Advice e a Control Risks, acreditam que a greve não deve ter grande impacto no andamento das reformas trabalhistas e previdenciária, embora possa forçar o governo a fazer novas concessões em alguns pontos.