A negociação de delação premiada de Marcelo Odebrecht na Lava Jato empacou em uma barreira chamada “submarinos”. A República de Curitiba exige que o empresário forneça detalhes da negociação entre a empreiteira, o governo brasileiro e o da França. Os investigadores querem tentar mostrar que o esquema criminoso nascido no Brasil começou a se espalhar pelo mundo. Há investigações nessa linha com negócios na Venezuela, por exemplo, mas seria muito mais contundente se desvendassem comprometimento de agentes franceses.

Água abaixo
Em 2009,  o grupo da empreiteira Odebrecht assinou contratos com os brasileiros e os franceses para cuidar das obras da base naval e da construção de cinco submarinos – sendo um deles nuclear. O negócio previu transações de bilhões de euros. Por conta dos efeitos da Lava Jato, está tudo atrasado.

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Gatos em teto…
O procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, vai aproveitar o feriado prolongado para acertar os últimos detalhes de inquéritos e deve oferecer ao Supremo Tribunal Federal uma série de denúncias de investigados na Lava Jato nas próximas semanas.

…de zinco quente
Os alvos serão autoridades e ex-autoridades com conexão a pessoas com foro privilegiado ligadas ao PT e ao PMDB. Nas palavras de um investigador ouvido pela coluna, Janot vai “abrir as comportas que estão represando as denúncias”.

Escalação
O ministro Alexandre de Moraes, da Justiça, convidou o advogado Armando Rovai para assumir a Secretaria Nacional de Justiça ou a Secretaria Nacional de Direito do Consumidor. Rovai prefere a do Consumidor, mas falará com o ministro no fim de semana.

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A Deus pertence
No Ministério da Justiça é dado como certo que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, sobrevivente do governo Dilma, só fica no comando da corporação até a realização das Olimpíadas. Mas o DG segue apresentando planos de longo prazo.

Contagem…
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ao menos um interlocutor achar que sua denúncia no caso Mônica Veloso está próxima de ser pautada pelo STF. Também desabafou crer que Janot deve oferecer em breve denúncias contra  ele no caso Lava Jato. A certeza tem a ver com Eduardo Cunha.

…regressiva
Renan avalia que, com Eduardo Cunha afastado da presidência da Câmara, ele não contará mais com o entendimento de ministros do Supremo e de Janot de que seria institucionalmente ruim para o País denunciar presidentes da Câmara e o do Senado ao mesmo tempo.

Tem que mudar
Enquanto o governo precisa contar moedas para equilibrar as contas públicas, somente o Comando da Força de Submarinos da Marinha estima gastar mais de meio milhão de reais na contratação de bufê para festas este ano. Mais precisamente R$ 538.846,00. O edital de licitação prevê festas com “open bar” de cerveja, caipirinha e coquetel de frutas variadas. Exige mesa de frios com itens como camarão estrela, bacalhau a vinagrete, mini porção de bobó de camarão, salmão defumado e presunto de Parma. E três tipos de massas. Para a sobremesa: “bolo decorado com escultura, feito com pasta americana”.

Tá explicado
Justificativas: “Visando alcance dos resultados desejados e o cumprimento de suas missões e tendo em vista a promoção da transparência e do controle social acerca da gestão pública, promove durante o ano diversos eventos” (…)  “Os eventos destinam-se a aprimorar o relacionamento com atores externos facilitando a compreensão das Forças de Submarinos”.

Toma lá dá cá

PRESIDENTE DO PPS, ROBERTO FREIRE (SP)

ISTOÉ – Há um temor de que a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB-CE) possa atingir e até afastar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)…
Freire – Você conhece Bertolt Brecht? Ninguém é insubstituível. Você teria alguns problemas, sim, mas eles seriam provisórios e facilmente resolvíveis.

ISTOÉ – Mas o Brasil suportaria uma crise institucional com três presidentes interinos na Câmara, no Planalto e no Senado?
Freire – O ideal seria que você tivesse bons presidentes, que não fossem investigados, nem réus, mas nossa realidade é outra. Agora, o Michel Temer está dando sinais positivos e tem revelado apoio à Lava Jato.

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Rápidas
* Para aumentar a capilaridade do PSDB nas eleições municipais, o presidente do partido, senador Aécio Neves, destacou alguns de seus assessores mais próximos para rodar o País com um cursinho para candidatos a prefeito e a vereador.


* Promovidos pelo Instituto Teotônio Vilela, os encontros para instruções têm quatro horas de duração e são divididos em quatro temas: legislação, organização e estratégia de campanha, redes sociais e pesquisa de opinião. Dia 4 é em Vitória (ES).

* Em conversas reservadas, deputados de oposição ao governo interino discutiam na Câmara o que seria o cenário ideal: Michel Temer propor medidas amargas para o ajuste, aprová-las e Dilma sobreviver ao impeachment e voltar a governar.

* Nenhum parlamentar petista foi convidado pelo novo governo para conversar. Mas também não procuraram Temer. “Nossas portas estão abertas para eles, é só vir”, disse o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Retrato falado
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) critica a postura do Partido dos Trabalhadores, que antes apoiava a redução da meta fiscal proposta por Dilma, mas agora foi contrário ao tema. “O PT vai falar para a militância e não pensar em medidas para o bem do país”. E provocou: “Os petistas na Câmara estão mais sorridentes e descontraídos por fazer oposição a Temer e não ter que defender um governo indefensável como o de Dilma. O clima é outro”.

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15 medidas contra a crise
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) conta que Temer o ouviu com atenção, quando recebeu sua lista de 15 propostas para a economia. Relator do Supersimples, Hauly defende uma reforma tributária que simplifique o sistema de arrecadação e reverta seu caráter regressivo, com a criação de um fisco federal e um estadual que incorporem os atuais impostos.

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Menos impostos
Hauly propôs o fim dos impostos sobre medicamentos e alimentos, assim como a extinção do CARF. Na reforma previdenciária, ele defende o cálculo atuarial para fixar as idades de aposentadoria, bem como a adesão compulsória ao sistema privado a partir de 10 salários mínimos.


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