O Ministério Público Federal (MPF) juntou nos autos da ação penal do tríplex do Guarujá (SP) documentos sobre supostos encontros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com diretores da Petrobras. São citadas agendas de ao menos 23 encontros e viagens de Lula com a citação de participação de ex-diretores da estatal, entre eles, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Renato Duque.

As agendas não batem com algumas afirmações de Lula no depoimentos ao juiz federal Sergio Moro. No depoimento em Curitiba, Lula citou apenas duas vezes em que se reuniu com pessoas da Petrobras e afirmou que presidente “não tem reunião específica” com diretor.

“Nos oito anos que eu fiquei na Presidência da República, a gente não tem reunião com a diretoria da Petrobras. Eu em oito anos tive dois momentos. Quando nós descobrimos o pré-sal, para discutir o plano estratégico e para decidir, se a gente não ia fazer leilão do pré-sal. Era uma viagem que eu ia para a Argentina”, disse Lula.

As agendas foram fornecidas pela Petrobras e mostram as reuniões e viagens com os então diretores ao longo dos dois mandatos do petista na Presidência da República.

Defesa

“Os papéis apresentados pelo MPF somente servem para provar que seus membros têm acesso irrestrito a documentos da Petrobras, ao contrário da defesa do ex-Presidente Lula. Não há paridade de armas na ação”, disse, por meio de nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

“Por outro lado, esses papéis não provam nada contra Lula. As 73 testemunhas ouvidas na ação com a obrigação de dizer a verdade inocentaram o ex-Presidente ao mostrarem que ele não é e jamais foi proprietário do tríplex e muito menos participou de qualquer ato ilícito envolvendo a Petrobras”, finaliza o advogado.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias