O governador Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que é preciso aguardar os desdobramentos da delação do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior, que teria implicado o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB). O governador disse acreditar que Aécio deu todas as explicações e que elas foram importantes.

Segundo reportagem da revista Veja, o empreiteiro teria afirmado na delação já homologada no Supremo Tribunal Federal (STF) que repasses a Aécio foram “contrapartida” ao atendimento de interesses da empreiteira em obras em Minas Gerais. Além disso, ele teria dito ainda que Andrea Neves, irmã de Aécio, teria recebido propina da Odebrecht em uma conta bancária nos Estados Unidos.

O senador negou todas as acusações e disse que, pelo conhecimento de seu advogado, Benedicto Junior não o mencionou na delação. Alckmin, que disputa internamente com Aécio uma indicação do PSDB para disputar a presidência da República, foi uma das lideranças tucanas que assinou um manifesto de desagravo ao senador exigindo o fim do sigilo sobre os inquéritos e delações no âmbito da Lava Jato.

“Eu acho que o Aécio deu todas as explicações, elas foram importantes, agora vamos aguardar”, disse o governador nesta terça-feira, após ser perguntado se acredita na superação das denúncias que pesaram sobre o presidente do partido. Alckmin participou da terceira edição do Summit Imobiliário, realizado pelo Grupo Estado e pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) na capital paulista.

Com os pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, feito ao Supremo prestes a serem analisados e decididos pelo ministro Edson Fachin, o governador tem defendido a apuração de qualquer denúncia, mas defende a separação “do joio do trigo”.

Para o tucano, é preciso separar os crimes de corrupção e enriquecimento ilícito dos “outros casos” que foram citados nas delações. Como já foi publicado, Janot pediu a abertura de inquérito contra governadores com base nas colaborações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.