O processo contra três ex-administradores da companhia que gerenciava a acidentada central nuclear de Fukushima, acusados de negligência, terá início nesta sexta-feira ante a Justiça penal, um acontecimento esperaderado há tempos pelas vítimas da tragédia.

O comparecimento a um tribunal de Tóquio do ex-presidente do Conselho de Administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) na ocasião do drama, Tsunehisa Katsumata, de 77 anos, e de seus dois vice-presidentes Sakae Muto, de 66, e Ichiro Takekuro, 71, é considerado uma primeira vitória para os autores da ação.

Em janeiro de 2015, as queixas foram inicialmente descartadas por outra instância por falta de provas.

A catástrofe aconteceu em março de 2011, quando um violento terremoto produziu um devastador tsunami que afetou a central, causando o pior acidente nuclear desde o de Chernobil (Ucrânia), em 1986.

Para chegar ao julgamento, foram necessários seis anos de grande determinação por parte dos habitantes da região.

Dessa forma, pela primeira vez, a justiça vai se pronunciar sobre a culpa das pessoas nesse drama classificado pela comissão investigadora de “catástrofe de origem humana”.

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Cerca de 4.200 documentos relativos ao caso foram enviados ao tribunal.

Os três se declaram inocentes da acusação de não terem reforçado as medidas de precaução ante a hipótese de um tsunami. Os autores da ação consideram que foram responsáveis pela morte de 44 pessoas retiradas e por outros treze feridos.


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